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Áudio: Entrosamento entre países do Brics ajuda a enfrentar protecionismo dos EUA, diz Nelsinho

O senador Nelsinho Trad (PSD-MS), presidente da Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado, avaliou o 11º Fórum Parlamentar do Brics, encerrado nesta quinta-feira (5), e falou da sensação de dever cumprido. Nelsinho observou que todos os países participantes apontaram o multilateralismo como forma de se defender das medidas adotadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em relação ao comércio internacional. O senador acredita que a regularidade do Fórum Parlamentar proporciona maior entrosamento entre os países do Brics, o que permite entendimentos e novas oportunidades. Ouça a entrevista à repórter Hérica Christian. 

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Áudio: CDH promoveu audiência pública sobre adoção

A Comissão de Direitos Humanos (CDH) promoveu na segunda-feira, 26 de maio, audiência pública em alusão ao Dia Nacional da Adoção, comemorado no domingo, dia 25 de maio. Foram debatidas experiências positivas e possíveis mudanças na legislação. A presidente da CDH, senadora Damares Alves (Republicanos-DF), destacou que a CDH deve votar na quarta-feira (28) o projeto de lei (PL 3.800/2024) que ratifica resolução do Conselho Nacional de Justiça que criou o Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento.

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Parlamentares dos Brics cobram financiamento para o combate a mudanças climáticas

Parlamentares de países-membros do Brics defenderam em Plenário, nesta quinta-feira (5), financiamento aos países em desenvolvimento e maior protagonismo dos Brics nas decisões internacionais para a promoção do desenvolvimento sustentável. A sessão de trabalho foi a terceira do 11º Fórum Parlamentar dos Brics, sediado no Congresso Nacional, que reúne representantes de 15 países — 10 Estados-membros do Brics e cinco países parceiros.
O Diálogo Interparlamentar do Brics sobre Clima e Sustentabilidade foi conduzido pelo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta. Ele apontou que a ONU, por meio do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), já afirmou que esta década determinará se os países conseguirão limitar o aquecimento global a 1,5 grau Celsius acima dos níveis pré-industriais. A meta foi acatada por 196 países em 2015, ao assinarem o Acordo de Paris.
Para Motta, o Brasil tem papel fundamental no objetivo, inclusive por sediar, neste ano, a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 30), em Belém. Na avaliação do deputado, o financiamento é uma das principais prioridades do evento. Países em desenvolvimento, como o Brasil, têm questionado nos últimos anos o compromisso de países ricos na manutenção da contribuição financeiramente neste tema com as nações mais pobres.
— É a conferência climática mais importante da década. Nossa força está na nossa união. Cabe a nós, como mecanismo de cooperação, liderar pelo exemplo. A cooperação multilateral é imprescindível para enfrentarmos os desafios climáticos do nosso tempo. É uma oportunidade histórica — disse.
O fórum, que se encerra no final do mesmo dia, reúne 195 parlamentares estrangeiros credenciados, sem contar as equipes de apoio. A delegação brasileira conta com 18 senadores, entre eles o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e com 35 deputados, incluindo Motta.
Países em desenvolvimento, como o Brasil, têm questionado nos últimos anos o compromisso de países ricos na manutenção da contribuição financeiramente, neste tema, com as nações mais pobres. Projetos e iniciativas para conter as mudanças climáticas ainda podem ser financiados por parcerias público-privadas e bancos multilaterais. É o caso do banco dos Brics, criado em 2014 pelos países do grupo, que anunciou que, até 2026, terá 40% do seu portfólio de investimentos em projetos sustentáveis.
Índia
Vice-presidente da Câmara Alta do Parlamento da Índia, Harivansh Narayan Singh reforçou a importância da COP 30 e de outros documentos internacionais sobre sustentabilidade, como a Agenda 2030, documento da ONU assinado por 193, em 2015, para amadurecer o desenvolvimento sustentável no mundo.
— A Índia ressalta a importância da próxima COP 30 como marco fundamental para o avanço dos esforços globais de adaptação e resiliência. O país continuará a defender o aumento do financiamento climático, essencial para as ações climáticas.
Singh ainda lembrou que, em abril, os ministros de meio ambiente dos países-membros dos Brics se reuniram em Brasília, ocasião em que a Índia “defendeu fortemente a necessidade de uma liderança coletiva para avanço da agenda climática de 2030”.
O parlamentar apontou que a Índia, um dos membros fundadores dos Brics, tem uma estratégia de longo prazo para atingir a neutralidade de carbono até 2070 — ou seja, adotar medidas que compensem totalmente a poluição. Segundo ele, entre 2005 e 2020, a intensidade de emissões do PIB indiano foi reduzida em 36%.
China
O representante do Congresso Nacional do Povo da China, Wang Ke, afirmou que seu país trabalha em um “arcabouço” para os países do Brics compartilharem conhecimento e tecnologia no âmbito do desenvolvimento sustentável, entre outras iniciativas.
— O consumo de energia como proporção do PIB na China tem sido reduzido. Já assinamos 52 documentos de cooperação sobre mudanças climáticas com 42 países, treinando mais de 10 mil pessoas. Olhando para o futuro, o Congresso está disposto a trabalhar em estreita cooperação com os países dos Brics e legislaturas parceiras, de modo a promover trabalhos relacionados ao clima — disse Wang Ke.
África do Sul
O vice-presidente do Parlamento da África do Sul, Poobalan Govender, disse que os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis da Agenda 2030 exigem compromisso dos países-membros dos Brics. Os objetivos buscam alcançar, até 2030, níveis apropriados de erradicação da pobreza, produção sustentável, água potável, entre outros.
— Sem o nosso compromisso e cooperação para reduzir o impacto das mudanças climáticas, a realização dos objetivos dos elementos sustentáveis continuará a ser um sonho distante. As mudanças climáticas afetam as populações vulneráveis, como nos países em desenvolvimento, que não têm os recursos para se adaptar aos seus impactos. Temos que nos perguntar: sendo tão inteligentes, por que nós estamos destruindo os recursos naturais que são requeridos para nos dar subsistência e garantir que as gerações futuras tenham um planeta onde eles possam viver?
A África do Sul se tornou, em 2010, membro oficialmente do Brics, que até então era composto apenas do Brasil, Rússia, Índia e China.
Cuba
O parlamentar Alberto Nuñez Betancourt, da Assembleia Nacional do Poder Popular de Cuba, compartilhou os impactos das mudanças climáticas sentidos na ilha caribenha. Para ele, os países ricos devem assumir a liderança na transferência de recursos aos países em desenvolvimento para combater o aquecimento global.
— Os países em desenvolvimento não podem avançar nas metas de mitigação se não forem apoiados por meios de implementação necessários: financiamento, tecnologia e capacitação. Os países desenvolvidos devem assumir a liderança conforme estipulados compromissos internacionais incluindo acordo de Paris. As previsões indicam que o aumento do nível médio do mar pode alcançar até 27 cm até 2050. Algumas das ações estratégicas em vigor [em Cuba] incluem a decisão de proibir a construção de novas moradias em assentamentos costeiros, reduzir a densidade populacional nas áreas costeiras e adaptar as atividades agrícolas — disse o representante de Cuba, um dos nove países parceiros dos Brics.
Bolívia
Felix Ajpi Ajpi, senador da Bolívia (país parceiro do Brics), mencionou a necessidade de observar as mudanças climáticas como uma questão que ultrapassa fronteiras. Ele exemplificou com a diminuição das geleiras na Cordilheira dos Andes, que segundo ele, pode diminuir a disponibilidade de água na Amazônia.
— Nós estamos dispostos a trabalhar para administrar e lutar contra um efeito tão letal que pode vir para nossas nações… Se não tomamos atitudes, simplesmente vai ser uma retórica de como assumir essas responsabilidades. Nós, os países em desenvolvimento, queremos ser parte da administração das soluções dessas mudanças climáticas. Podemos diminuir seus efeitos.
Irã
Representante da Assembleia Consultiva Islâmica do Irã, Gholamreza Taj Gardoun afirmou que os membros dos Brics têm grande responsabilidade pelo futuro do planeta em razão de ter mais de 40% da população mundial. Segundo ele, “é o momento do Brics assumir um papel de liderança na formação da ordem climática global”. O Irã aderiu ao Brics em 2024.
Gardoun ainda apontou que o trabalho do parlamentar pode ir além de apenas elaborar leis e que a cooperação entre os parlamentares deve possuir objetivos claros.
— Permitam-me destacar alguns [objetivos para a cooperação interparlamentar]: compartilhar experiências legislativas em energia limpa, transporte sustentável, gestão de recursos hídricos e economia circular; estabelecer um centro parlamentar de pesquisa do Brics para clima e sustentabilidade para fornecer apoio científico aos formuladores de políticas; promover o investimento em tecnologias verdes; padronizar os procedimentos de avaliação de impacto ambiental para grandes projetos nos Estados-membros.
Gardoun afirmou que o Irã tem legislação para promover “ar limpo” e que incentiva transportes sustentáveis, entre outras iniciativas.

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Participantes do Fórum Parlamentar do Brics defendem ordem mundial mais justa

Participantes do 11º Fórum Parlamentar do Brics, iniciado nesta quarta-feira (4), em Brasília, defenderam uma nova ordem internacional mais justa. Para eles, é preciso haver uma configuração mundial na qual os países emergentes participem das decisões globais.
O fórum, que terminará nesta quinta-feira (5), reúne representantes de 15 países — 10 Estados-membros do Brics e cinco países parceiros — e um total de 248 parlamentares, incluindo 195 delegados internacionais, 35 deputados federais brasileiros e 18 senadores. O Brics atua como um fórum de coordenação e cooperação política e diplomática entre países do chamado Sul Global.
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, defendeu, na sessão de abertura, a reforma de organismos internacionais para garantir uma arquitetura de paz e segurança na solução de conflitos. “É inaceitável e, cada vez mais, flagrantemente ineficaz que estruturas decisórias do sistema das Nações Unidas continuem a refletir o mundo do pós-Segunda Guerra, e não as dinâmicas geopolíticas do século 21”, afirmou Motta.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, considerou que o respeito às diferenças políticas e o diálogo internacional são os “únicos instrumentos essenciais para a paz e para o progresso”. Ele ressaltou a importância dos Poderes Legislativos dos países para a definição de políticas públicas ao redor do mundo. “Que os parlamentos se pronunciem de maneira autônoma e complementar às ações propostas pelos governos sobre os rumos da cooperação internacional na solução de temas da mais alta importância para a sociedade”, afirmou.
O presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin, apresentou uma lista de pontos da agenda legislativa do Brics, que inclui, entre outros, o fortalecimento institucional do bloco e o desenvolvimento econômico, com a redução de barreiras e o foco em tecnologia verde.
O coordenador parlamentar do Brics no Senado, senador Humberto Costa (PT-PE), afirmou: “Não somos periféricos e nos negamos a sê-lo. Somos adeptos de uma nova ordem política e econômica mundial. Desejamos e devemos ser tratados como atores de peso, personagens principais de uma nova perspectiva geopolítica.”
O coordenador parlamentar do Brics na Câmara dos Deputados, Fausto Pinato (PP-SP), declarou que a expansão do bloco proporciona uma oportunidade única para fortalecer alianças entre países com diferentes potenciais na indústria, na agricultura ou na saúde, por exemplo. Para ele, não faz sentido que um único país – em alusão aos Estados Unidos e à presidência de Donald Trump – detenha a hegemonia mundial.
Desenvolvimento econômico
Em debate sobre a “Busca de Novos Caminhos para o Desenvolvimento Econômico”, chefes das delegações dos parlamentos do Brics defenderam a reformulação dos sistemas econômicos multilaterais de financiamento para refletir melhor a nova ordem de comércio global, na qual diferentes atores internacionais têm relevância.
Segundo o representante do Conselho Nacional de Províncias da África do Sul, Tidimalo Legwase, os parlamentos do Brics devem apoiar os reforços para reformar as instituições criadas pelo acordo de Bretton Woods para que sua governança seja representativa e reflita os interesses imperativos desenvolvimentistas dos mercados emergentes e países menos desenvolvidos.
A conferência de Bretton Woods aconteceu no final da Segunda Guerra Mundial e criou organismos como Fundo Monetário Internacional (FMI) e o que viria a ser o Banco Mundial, dentro da nova ordem financeira internacional.
Para o vice-presidente da Câmara da Rússia (Duma), Alexander Zukhov, a sub-representação de países em desenvolvimento faz com que essas instituições não funcionem para todos. “É muito importante tirar o aspecto político das instituições de Bretton Woods. Muitos usam o FMI e o Banco Mundial para promover seus próprios interesses e consolidar práticas neocoloniais nos assuntos globais”, declarou.
O presidente da Câmara do Povo do Parlamento Indiano, deputado Om Birla, afirmou que seu país apoia um “sistema de comércio global justo e baseado em regras” e que aborde adequadamente as necessidades e aspirações do chamado Sul Global, termo que engloba países que possuem desafios semelhantes de desenvolvimento econômico e social a despeito de contextos culturais heterogêneos entre si. “Os países do Brics devem fazer coletivamente esforços concretos para aprimorar a participação do sul nessas instituições”, disse.
 Reunião sobre saúde global
Em debate sobre a saúde, participantes do Fórum reforçaram a necessidade de um grande acordo multilateral entre os países do bloco para enfrentamento conjunto de possíveis pandemias no futuro. Segundo eles, a ideia é fortalecer a prevenção e o combate a epidemias, promover acesso equitativo às vacinas e estabelecer um modelo de cooperação baseado na ação solidária.

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Áudio: Fórum Parlamentar é evento preparatório para a Cúpula do Brics, diz Davi

O Fórum Parlamentar do Brics é um evento preparatório para a reunião de cúpula do grupo, marcada para os dias 6 e 7 de julho, no Rio de Janeiro. Para o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, o fórum é fundamental para estreitar as relações dos parlamentares desse conjunto de países. Representando o Itamaraty, a embaixadora Maria Laura da Rocha apontou o alinhamento entre os temas do fórum parlamentar e aqueles propostos pelo Brasil para a cúpula no Rio de Janeiro.

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Áudio: Fórum do Brics tem debates sobre desenvolvimento econômico e saúde global

Saúde global e novos caminhos para o desenvolvimento econômico foram destaques da programação do segundo dia do 11º Fórum Parlamentar do Brics. O encontro foi oficialmente aberto nesta quarta-feira (4), no Plenário do Senado Federal. Presidida pelo senador Davi Alcolumbre, a solenidade contou com representantes dos três Poderes, inclusive o presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin. Para ele, o encontro “reflete o compromisso do grupo em contribuir para soluções em um cenário internacional desafiador, marcado por transformações econômicas, tecnológicas e geopolíticas”. Na primeira sessão de trabalho, que teve como tema “Aliança Interparlamentar do Brics pela Saúde Global”, os países puderam apresentar projetos e iniciativas que desenvolvem na área, como o SUS, o centro especializado em vacinas da Rússia, e o compartilhamento de profissionais por Cuba. O presidente do Senado pediu um pacto das nações voltado à saúde dos povos. Davi disse reconhecer as diferenças, “somos nações diversas, mas a saúde, a doença e a vida são fenômenos universais. A pandemia da covid-19 nos lembrou disso”.

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Representantes do Brics defendem negociação e comércio com regras justas

A criação de um ambiente de negócios com regras justas e transparentes, o diálogo e a negociação entre os países que compõem o Sul Global foram os principais temas abordados nesta quarta-feira (4) pelos participantes da segunda sessão de trabalho com o tema “Ação Parlamentar dos Brics em Busca de Novos Caminhos para o Desenvolvimento Econômico”. Na reunião também foi ressaltado que as instituições financeiras internacionais não funcionam para todos, o que exige a retirada dos aspectos políticos de organismos como o FMI e o Banco Mundial, muitas vezes usados para interesses isolados e para consolidar práticas neocoloniais nos assuntos globais.
Realizado no Plenário do Senado Federal, o encontro faz parte do 11º Fórum Parlamentar dos Brics, que se encerra nesta quinta-feira (5). O evento reúne 195 parlamentares estrangeiros credenciados, sem contar as equipes de apoio. A delegação brasileira conta 18 senadores, entre eles o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e com 35 deputados, incluindo o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta.
Crescimento econômico
Ao presidir a sessão, o deputado Fausto Pinato (PP-SP) ressaltou que os países do Brics já representam cerca de 40% do PIB mundial, e que a taxa de crescimento econômico tem estado acima da média do crescimento dos demais países.
— Respondemos por quase metade da população global. Somos importantes na produção de alimentos, energia das mais variadas fontes e também de produtos avançados como chips e aviões. Detemos consideráveis reservas de minerais críticos para as tecnologias do futuro. Com essas credenciais, os países do Brics têm todo interesse em que o comercio mundial se realize sobre regras justas, transparentes e previsíveis — afirmou.
Pinato afirmou que as atuais turbulências do cenário internacional resultam de medidas protecionistas em desrespeito às normas construídas conjuntamente nas últimas décadas. No plano interno, ressaltou, o Parlamento brasileiro adotou recentemente a lei da reciprocidade econômica, para que o país conte com os instrumentos necessários para se defender, sempre que necessário, de barreiras indevidas às suas exportações.
— No plano externo, o cenário atual deve nos incentivar à diversificação de parcerias e abertura de novos mercados. O comércio entres os países do Brics é uma importante avenida a ser explorada, sobretudo para que todos consigamos agregar valor às nossas exportações. Os investimentos também são uma dimensão essencial desse novo intercâmbio. Precisamos trocar experiencias sobre como nossos Parlamentos estão atuando para que nossos países estejam sempre preparados para aproveitar as novas oportunidades abertas pelas velozes inovações tecnológicas e pelos desafios da sustentabilidade — disse Pinato.
Índia
Presidente da Câmara Alta da Índia, Om Birla afirmou que, apesar dos desafios globais, as nações do Brics alcançaram um progresso inspirador no campo do desenvolvimento econômico. Ele defendeu ainda o aprimoramento do comércio, investimento e cooperação financeira entres os Brics, o que tornará a colaboração entre os países do bloco mais inclusiva e impactante.
— A Índia apoia um sistema de comércio global justo, baseado em regra que aborde adequadamente as necessidades e aspirações do Sul Global. Estamos preocupados que a representação dos países em desenvolvimento nas instituições internacionais permaneça inadequada. Esse desequilíbrio prejudica a equidade global e o desenvolvimento equilibrado. Portanto, os países do Brics devem coletivamente fazer esforços concretos para aprimorar a participação do sul em tais instituições, crises globais como a pandemia afetaram desproporcionalmente o Sul Global, os desafios relacionados à saúde, alimentação e segurança e segurança energética se intensificaram, sem ações concretas e coordenadas, alcançar o desenvolvimento sustentável permanecerá difícil – afirmou.  
China
Para o vice-presidente do Parlamento da China, Tie Ning, é preciso pensar nos interesses de todos os países, incluindo os que integram o Brics, e na estabilidade política e econômica do mundo inteiro. Ele afirmou que as nações que compõem o bloco são a vanguarda dos países do Sul Global, com muitos desafios a enfrentar, e que é preciso pensar em uma voz multilateral, de modo que as economias do mundo estejam conectadas e possam prosperar de maneira coletiva, conjunta, em um mundo aberto e todos.
— Temos também uma necessidade de um mecanismo de resolução de conflitos, isso poderá fortalecer o sistema multilateral. Documentos feitos em conjunto podem fortalecer a voz dos países do Brics, um requisito para o crescimento econômico e social. Precisamos seguir essas tendências, fortalecendo a colaboração, aumentar o uso de modas locais para facilitar e liberalizar os investimentos e comércio, a agricultura e muitas cadeias de valor e suprimentos, definindo, então, a convergência de tantos interesses.
África do Sul
Membro do Conselho Nacional de Províncias da África do Sul, Tidimalo Innocentia Legwase defendeu uma governança global mais inclusiva e sustentável. Em sua avaliação, as instituições parlamentares devem desempenhar seu papel e canalizar energias para garantir economias inclusas e sustentáveis por meio da cooperação dos países do Brics.
— A estratégia para a parceria econômica do Brics contribuirá para aumentar o desenvolvimento econômico e a competitividade das economias do bloco na arena global, por meio do aumento das oportunidades de acesso ao mercado e facilitando suas interligações. Temos que promover o comércio, investimentos mútuos e criar um ambiente favorável aos negócios para investidores e empreendedores. É muito importante aprimorar e diversificar a cooperação em comércio e investimento que apoie a agregação de valores entre os países do Brics.
Rússia
Vice-presidente da Câmara Baixa da Rússia, Alexander Zhukov disse que os Brics são o motor da economia mundial, os quais, ao lado das nações parceiras, já respondem por mais de 42% do PIB global. Essa tendencia provavelmente continuará e os sistemas monetários e financeiros hoje não refletem a realidade presente, avaliou. Ele defendeu ainda o fortalecimento da Organização Mundial do Comércio (OMC) e a reforma no Banco Mundial, em razão da sub-representação de países em desenvolvimento nessa instituição. Além disso, afirmou que é necessário adotar medidas políticas de comércio e financeiras, incluindo restrições e sanções, para que a competição seja restabelecida de maneira equitativa, e ainda focar na segurança energética.
— Espero que haja diálogo franco nessa área, para que os países do Brics possam fortalecer suas vozes nessas instituições. Os países do Brics têm crescido em suas colaborações logísticas e infraestrutura, de modo a facilitar a reorientação de uma situação econômica complexa e a transformação da economia mundial.
O representante do Parlamento russo defendeu ainda o uso contínuo de moedas locais em liquidações mútuas. Ele ilustrou que, até o final de 2024, 85% das transações da Rússia com países do Brics foram realizadas com moedas nacionais, incluindo 95% com a china, 90% com a Índia e 96% com o Irã.
Emirados Árabes
Membro do Parlamento dos Emirados Árabes Unidos, Ali Al Nuaimi disse que um novo caminho para o desenvolvimento econômico não é uma tarefa fácil. Em sua avaliação, existem dois elementos a serem focados: os princípios dos fundadores do Brics e a inovação, que se traduz por criação de parcerias e novos projetos que vão adicionar valor aos membros do bloco.
— Nós somos o mundo de fato, não somente o Brics. O mundo está passando por um momento bem desafiador, em que os princípios que usamos para trabalhar, aceitar e respeitar alguns não respeitam. A ordem mundial mudou. A questão do livre comércio foi desafiada. É muito importante que nos juntemos, trabalhemos nesses princípios e tentemos ser unidos em promover o livre comércio para servir o nosso povo, criar parcerias em que todos estão vencendo e ninguém está perdendo.
Egito
Mohamed Soliman, da Câmara dos Representantes do Egito, defendeu o fortalecimento da coordenação e cooperação em todas as questões em campos comuns dos países do Brics, o que poderá, segundo ele, levar a novos caminhos para completar a jornada do desenvolvimento sustentável.
— Todos esperamos que a nossa reunião possa contribuir para a construção de uma plataforma conjunta para o diálogo parlamentar sobre o desenvolvimento; e que aprimore o papel dos nossos povos na formação de políticas públicas econômicas nacionais e regionais que consolidem tais caminhos de desenvolvimento. E para restaurar o equilíbrio, transparência e justiça ao sistema econômico global, a fim de recuperar a eficiência, a eficácia e a justiça.
Cuba
O Sul Global continua enfrentando desafios estruturais que exigem uma profunda transformação da atual ordem econômica internacional. Foi o que defendeu o membro da Assembleia Nacional do Poder Popular de Cuba Ian Pedro Carbonell Karell . Nesse contexto, de acordo com Karell, os países do Brics são chamados a desempenhar um papel central no aprimoramento do sistema monetário e financeiro global e torná-lo mais representativo, justo e responsivo às necessidades das nações.
— O grupo Brics constitui uma verdadeira alternativa à estagnada ordem econômica internacional, caracterizada por instituições financeiras dominadas por uma lógica excludente, que perpetua a desigualdade e a dependência. Saudamos os esforços para transformar essa arquitetura, como o fortalecimento do novo banco de desenvolvimento do Brics, a promoção de instrumentos regionais e a implementação de sistemas de pagamento baseados em moedas locais. É essencial continuar empreendendo esforços cooperativos para facilitar o comércio e investimentos para impulsionar laços econômicos que reduzam a exposição a medidas coercitivas unilaterais.
Irã
O presidente da Assembleia Consultiva Islâmica do Irã, Mohammad Bagher Ghalibaf, apontou a existência de uma complexa gama de desafios sem precedentes e transformações fundamentais na ordem global, desde severas flutuações econômicas, instabilidades financeiras até crises ambientais, tensões geopolíticas, sanções e pressões políticas, além de insegurança alimentar, cadeias de suprimentos globais frágeis e guerras tarifárias.
— Esses envolvimentos desafiam as estruturas tradicionais de cooperação  internacional e destacam a necessidade urgente de reconsiderar novas abordagens e forjar novos caminhos econômicos para o desenvolvimento econômico sustentável, caminhos fundados na justiça, interesses equilibrados, respeito mútuo e multilateralismo. Em tais circunstâncias, instituições multilaterais como o Brics têm o papel cada vez mais vital na reformulação de modelos de cooperação justa e multilateral.
Desenvolvimento sustentável
Por videoconferência, a ex-presidente do Brasil e atual presidente do Novo Banco de Desenvolvimento do Brics, Dilma Rousseff, disse que o retrocesso do multilateralismo da cooperação entre os países está dificultando os esforços globais para alcançar o desenvolvimento sustentável. Essas tendências têm sido segundo ela, agravadas pelo aumento das tensões geopolíticas, o avanço do protecionismo, a volatilidade financeira e o aprofundamento das desigualdades e, em particular, as políticas unilaterais de guerra comercial recentemente adotadas, que teriam elevado as barreiras comerciais, minado a confiança e aumentado a instabilidade nos mercados financeiros internacionais.
— Para os países em desenvolvimento, essas dinâmicas representam não apenas desafios graves, mas também um chamado à ação, a necessidade urgente de aprofundar a cooperação Sul-Sul e construir alternativas. Não podemos nos dar ao luxo de repetir estratégias do passado, baseadas exclusivamente na exportação de commodities nem nos conformar com baixo crescimento ou até a estagnação que levam à chamada armadilha da renda média. É possível e necessário trilhar um caminho sustentável de crescimento, baseado numa estratégia de desenvolvimento verde, no enfrentamento das desigualdades e na promoção e adoção de novas tecnologias e inovações em todos os setores produtivos.

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Áudio: Parlamentares discutem desenvolvimento econômico

Na segunda reunião do 11º Fórum Parlamentar dos Brics, os participantes discutiram alternativas para o desenvolvimento econômico dos países do bloco. Os  desafios atuais, como o enfraquecimento do multilateralismo, exigem, na opinião deles, medidas para facilitar as trocas comerciais e estimular os investimentos. Fortalecer o Novo Banco de Desenvolvimento do Brics e definir marcos legais nas áreas comercial, financeira e econômica foram algumas sugestões apresentadas.

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