Proibição de uso de animais em testes de cosméticos segue para sanção

O projeto de lei que proíbe o uso de animais vertebrados vivos em testes de cosméticos e perfumes, ingredientes ou produtos de higiene pessoal foi aprovado pela Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (9). 
Como o mesmo texto (um substitutivo ao PL 3.062/2022) já havia sido aprovado pelo Senado em 2022, o projeto segue para a sanção do presidente da República.
Essa matéria teve origem em um projeto do ex-deputado federal Ricardo Izar (SP), que inicialmente tramitou como PL 6.602/2013.
Na época em que a proposta estava em análise no Senado, o então relator da matéria, senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), afirmou que o Brasil, com essa iniciativa, acompanha a tendência internacional de proibir a crueldade contra animais no desenvolvimento de produtos como cosméticos e perfumes.
— Acompanhamos a crescente consciência social sobre a necessidade de se evitar práticas cruéis contra animais, que são absolutamente desnecessárias diante do avanço do conhecimento científico. Juntamos o Brasil ao que já fazem os 27 países da União Europeia, e também Coreia do Sul, Israel, Nova Zelândia, Índia e outros. A própria indústria já vem, em anos recentes, se preparando no sentido de aplicar métodos distintos. Entidades da defesa animal apresentaram dados da Anvisa que indicam que, atualmente, só 0,1% dos cosméticos aprovados são testados em animais — declarou Veneziano na ocasião.
O projeto permite a venda desses produtos e seus ingredientes quando os testes tiverem sido realizados antes da entrada em vigor da nova lei.
Mas o texto também prevê que, quando a nova lei entrar em vigor, os dados resultantes de testes com animais não poderão ser usados para autorizar o comércio de cosméticos, perfumes, produtos de higiene pessoal ou seus ingredientes. Há uma exceção: os casos em esses dados que forem obtidos para cumprir uma regulamentação não cosmética (nacional ou estrangeira).

Com Agência Câmara

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Áudio: CDH aprova política de prevenção e tratamento da endometriose no SUS

A Comissão de Direitos Humanos (CDH) aprovou na quarta-feira (9) o projeto que cria a Política Nacional para Prevenir e Tratar a Endometriose com o objetivo de assegurar tratamento integral da doença no SUS (PL 1.069/2023). A relatora, senadora Damares Alves (Republicanos-DF), citou um crescimento de mais de 70% nos atendimentos relacionados à doença nos últimos três anos. O projeto veio da Câmara dos Deputados, com autoria da deputada Dayany Bittencourt (União-CE), e vai agora para a Comissão de Assuntos Sociais (CAS).

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Áudio: Avança proposta que reconhece Chegança como manifestação cultural nacional

A Comissão de Educação (CE) aprovou na terça-feira (8) o projeto que reconhece como manifestação da cultura nacional a Chegança, festa tradicional da Bahia e de Sergipe de herança portuguesa (PL 2.938/2024). A Chegança também é conhecida como Marujada, Chegança dos Marujos, Chegança dos Mouros, Barca ou Fandango. A relatora, senadora Jussara Lima (PSD-PI), diz que a proposta valoriza a tradição e pode significar mais investimento para grupos que a preservam. De autoria do senador Rogério Carvalho (PT-SE), o projeto segue para análise da Câmara dos Deputados.

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Áudio: Senadores contra aumento do número de deputados pedem veto de Lula

Os senadores contrários ao aumento do número de deputados federais fizeram um apelo para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetar o projeto que eleva de 513 para 531 a nova composição da Câmara (PLP 177/2023). Eduardo Girão (Novo-CE) disse que subirá à tribuna para elogiar o presidente da República por não permitir o aumento de gastos públicos. Já o relator, senador Marcelo Castro (MDB-PI), defende que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, possa promulgar o projeto. Ele citou que, se sancioná-lo, o presidente Lula será criticado pela opinião pública contrária à iniciativa. Por outro lado, Castro lembrou que o veto aumentaria a indisposição do Legislativo com o Executivo.

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Audiência debate cortes orçamentários nas agências reguladoras

A Comissão de Infraestrutura (CI) do Senado discutiu na terça-feira (8), em audiência pública, os cortes orçamentários que afetam as agências reguladoras. Segundo os representantes das autarquias, a redução de recursos financeiros e humanos compromete a capacidade de fiscalização e regulação de setores estratégicos para o país, como energia, transportes, mineração, telecomunicações e petróleo. Os senadores também alertaram para o impacto dos cortes sobre a prestação de serviços públicos essenciais e a segurança da população.
As agências reguladoras passaram por um contingenciamento orçamentário de 25% da sua verba para o ano, em média. A proposta da audiência foi do presidente da comissão, senador Marcos Rogério (PL-RO). 
— Não existe autonomia quando você tem o atrelamento do orçamento de uma agência a outro Poder. O orçamento está vinculado e, normalmente, o que se projeta não é o que se aprova, em razão das contingências. Quando da execução, tiram até um terço dos recursos discricionários das agências. Em que extensão isso compromete o regular funcionamento das agências? O que está em risco nesse momento? — questionou o senador.
O debate reuniu representantes das principais agências e também do Tribunal de Contas da União (TCU). Segundo o secretário de Controle Externo do TCU, Alexandre Leite de Figueiredo, existe um contraste entre as responsabilidades das agências e o volume de demandas que elas não estão mais conseguindo atender.
— Não é só o crescimento do mercado regulado, complexidade tecnológica, aumento no número de entidades participando do mercado regulado. São novas atribuições que vão sendo dadas e mais uma crescente complexidade para a regulação e fiscalização do setor. Esse é um debate muito importante que precisa ser realizado — constatou.
Petróleo, mineração e energia
A Agência Nacional do Petróleo (ANP) foi uma das mais afetadas, segundo o seu diretor-geral interino, Bruno Conde Caselli. Ele afirmou que o valor disponível para a agência até o final do ano é “completamente incompatível” com as suas necessidades. Também lembrou que, de 2022 a 2024, a ANP apurou e distribuiu cerca de R$ 300 bilhões de reais em royalties e participações especiais.
— Ao longo da minha carreira como servidor efetivo, nunca testemunhei uma situação orçamentária como essa. As agências estão asfixiadas em relação às suas capacidades de atuação dentro dos setores [pelos quais] são responsáveis — alertou. 
O diretor-geral da Agência Nacional de Mineração (ANM), Mauro Moreira Souza, disse que a autarquia — que também é responsável pela arrecadação e distribuição de royalties bilionários — tem apenas quatro servidores para atuar em cerca de 40 mil lavras de mineração, uma vez que a atividade é praticada em quase todos os municípios do país. Ele classificou a situação como “um absurdo”. 
— É uma situação realmente difícil que estamos buscando equacionar, e temos os riscos inerentes da falta de orçamento. Nós temos toda uma programação para fiscalização in loco, e temos que fazê-la, no desenvolvimento da atividade na lavra e também na fase de pesquisa. Agora temos a tendência de diminuir ou até suspender determinadas vistorias. Não vamos ter recursos suficientes.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) foi outra que precisou reduzir operações de fiscalização. A diretora Agnes Maria de Aragão da Costa explicou que a autarquia também cortou o atendimento ao consumidor, por não ter mais como prestar o serviço na ouvidoria.
— Além disso, reduzimos o horário de funcionamento do prédio porque tivemos que demitir 145 funcionários, colaboradores terceirizados, pessoas que já estavam atuando na agência há mais de décadas.
Telecomunicações e transportes
O setor de fiscalização da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) também sofreu um impacto direto após o anúncio do corte orçamentário. A conselheira substituta Cristiana Camarate afirmou que foram diretamente afetadas atividades como os bloqueios de bets ilegais, o combate à pirataria e um projeto de combate à desinformação em conjunto com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Também foi suspensa a compra de drones para fiscalizar o uso do espectro eletromagnético por emissoras de radiodifusão e telefonia. 
— Quando fiscalizamos o espectro, atuamos também com a Anac [Agência Nacional de Aviação Civil], por exemplo, para evitar transmissões irregulares que possam atrapalhar pousos e decolagens. Isso foi também sobrestado. Suspendemos diversas parcerias, o que é de conhecimento de todos — lamentou.
O diretor-presidente substituto da Anac, Roberto José Siqueira Honorato confirmou que a situação das agências é “preocupante”. Ele também relatou a necessidade de recalibrar despesas.
— Com a primeira notícia de corte, fazendo todas as contas possíveis e enxugando ao máximo, chegamos à conclusão de que teria que reduzir 60% da fiscalização e certificação.
O mesmo aconteceu na Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), segundo a diretora-geral substituta, Flávia Takafashi.
Autonomia
O senador Laécio Oliveira (PP-SE) defendeu o projeto de lei complementar apresentado por ele (PLP 73/2025) para excluir as despesas com as agências reguladoras da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). O objetivo é garantir a autonomia e a sustentabilidade de suas operações. 
— Os trabalhadores das agências reguladoras merecem respeito. Eles têm independência própria, basta que o governo deixe. Elas arrecadam e não teriam necessidade nenhuma de depender do governo para nada. Infelizmente, a política às vezes promove situações que nos deixam indignados — lamentou.
O senador Esperidião Amin (PP-SC) também defendeu a importância das agências para a economia nacional e cobrou garantias para a continuidade dos serviços prestados por elas.
— Não menos do que 80% da nossa economia formal depende, de alguma forma, das agências reguladoras. Claudicar uma agência, duas, três ou mais significa deixar de oferecer tanto a regulação quanto a atividade de aprimorar o serviço que é prestado à comunidade. É um desserviço — reclamou.

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Áudio: Aprovada proposta que permite compensação de déficit de reserva legal

A Comissão de Agricultura e Reforma Agrária aprovou, nesta quarta-feira, o projeto de lei (PL 2.374/2020), do senador Irajá (PSD-TO), que muda o Código Florestal para permitir a regularização de propriedades rurais que foram desmatadas acima do autorizado, entre 22 julho de 2008 e 25 de maio de 2012. A proposta deve seguir diretamente para a análise da Câmara dos Deputados, sem necessidade de passar por votação no Plenário do Senado.

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Áudio: Novo Código Eleitoral pode ser votado pela CCJ na próxima semana

Sem consenso sobre o texto final, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado adiou para a próxima quarta-feira (16) a votação do Projeto de Lei Complementar (PLP) 112/2021, que institui o novo Código Eleitoral. Entre os pontos polêmicos estão o voto impresso; o combate à desinformação e as fake new; e a “quarentena” para integrantes de carreiras do Estado que pretendem se candidatar em eleições.

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Áudio: Flexibilização do limite de gastos com pessoal volta para CAE

O Plenário aprovou nesta quarta-feira (9) pedido do senador Efraim Filho (União-PB) que encaminha para reexame da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) o projeto de lei complementar (PLP 141/2024), da Câmara dos Deputados, que exclui dos limites de gasto com pessoal o valor pago pelo poder público por contratos com empresas terceirizadas de prestação de serviço, incluindo organizações sociais, cooperativas e consórcios públicos. O projeto estava na pauta do Plenário do Senado desta quarta.

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Áudio: Senado aprova entrada do Brasil em fundo de investimento para América Latina

O Plenário do Senado aprovou nesta terça-feira (8) a adesão do Brasil à terceira versão do Fundo Multilateral de Investimento (Fumin III), administrado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) (PDL 382/2024). A adesão vai garantir recursos para financiar projetos de apoio a pequenas e médias empresas, capacitação de mão de obra e parcerias público-privadas. O BID é uma instituição financeira multilateral com atuação na região da América Latina e do Caribe. O relator do projeto foi o senador Esperidião Amin (PP-SC). O texto será promulgado.

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