Girão pede CPI no INSS e sugere influência de parentes de Lula e Lewandowski

Em discurso no Plenário nesta terça-feira (29), o senador Eduardo Girão (Novo-CE) cobrou a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar um esquema de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Segundo o parlamentar, irregularidades em descontos de aposentados e pensionistas já teriam causado prejuízos superiores a R$ 6 bilhões aos cofres públicos. Ainda de acordo com Girão, seis servidores públicos já foram afastados, incluindo o então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e foram expedidos 211 mandados de busca e apreensão em 34 municípios.
O senador destacou que os beneficiários do INSS foram vítimas de cobranças indevidas por parte de entidades associativas sem autorização legal. Ele lembrou que a Controladoria-Geral da União (CGU) iniciou as investigações em 2023, resultando na abertura de 12 inquéritos. A operação, conduzida em parceria com a Polícia Federal, já afastou servidores e apreendeu bens que somam R$ 1 bilhão.
— Foi realizada uma operação conjunta com a Polícia Federal, em 2024, que descobriu o funcionamento de um esquema com cobranças indevidas de mensalidades por meio de entidades associativas, sem a devida autorização dos beneficiários. Já foram identificadas situações explícitas de falsificação de documentos de filiação — afirmou o senador.
Girão também sugeriu envolvimento político no caso. Segundo ele, o vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados é irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Além disso, outra entidade investigada teria contratado o escritório de advocacia do filho do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, mesmo com as apurações em curso. O senador questionou a atuação da Polícia Federal e sugeriu que pode haver tentativa de acobertar o escândalo.
— A CPI pode ser determinante neste momento de crise, não apenas para restaurar a confiança na administração pública, mas, principalmente, para garantir a proteção dos direitos dos aposentados e pensionistas. São cerca de 40 milhões de beneficiários, e 70% deles recebem apenas um salário mínimo. Qualquer desconto, por menor que seja, pesa no orçamento dessas famílias — concluiu.
O parlamentar criticou a condução do governo federal e defendeu a instalação de outras duas CPIs. Além da que pretende investigar as fraudes no INSS, ele propõe comissões para apurar a suposta venda de sentenças no Poder Judiciário e irregularidades na Confederação Brasileira de Futebol (CBF), esta última, segundo ele, envolvendo um ministro do Supremo Tribunal Federal.

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Girão quer CPI para investigar denúncia de venda de sentenças em tribunais

Em pronunciamento no Plenário nesta quarta-feira (30), o senador Eduardo Girão (Novo-CE) informou que está coletando assinaturas para a instalação de uma comissão parlamentar de inquérito destinada a investigar possíveis desvios de ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A proposta é apurar denúncias de um esquema de comercialização de decisões judiciais, que envolveria advogados, lobistas e empresários.
Girão citou reportagem da revista Veja que denuncia a prática da venda de sentenças no estado de Mato Grosso. O esquema seria conduzido pelo advogado Roberto Zampieri, e pelo empresário Andreson de Oliveira Gonçalves, que atua no ramo de transporte de cargas. De acordo com Girão, a função de Zampieri era a captação de clientes com interesse em ações em tramitação no STJ enquanto, conforme o senador, Gonçalves fazia valer sua rede de contatos políticos em Brasília. O advogado foi assassinado com dez tiros dentro de seu veículo em frente ao seu escritório em Cuiabá. O parlamentar afirmou que em seu celular foram descobertos vários áudios, mensagens e documentos que revelariam a operação de venda de sentenças.
— Mas o mais grave é que são claras as possibilidades dessas operações terem chegado inclusive aos ministros. Por isso é imperiosa a necessidade dessa CPI, pois é um escândalo de proporções alarmantes que abala a estrutura do Poder Judiciário no Brasil.
O senador ainda mencionou análise feita pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) das movimentações financeiras dos envolvidos que  teria confirmado movimentações atípicas, com destaque para Andreson Gonçalves, e também de um dos quatro ministros investigados.
— Uma CPI tem amplos poderes de investigação, competência para a convocação de testemunhas, requisição de documentos e quebra de sigilos. Em 1999, o Congresso Nacional instalou uma importante CPI para investigar desvios no Poder Judiciário. Havia muitas denúncias de irregularidades na construção de um novo prédio para servir como sede do Tribunal Regional do Trabalho em São Paulo. Quem não lembra do Lalau [juiz Nicolau dos Santos Neto]?
Para Girão, os resultados dos trabalhos de investigação naquele ano foram muito profícuos, resultando na cassação do ex-senador Luiz Estevão, cujas empresas participaram dos desvios cometidos na construção do prédio do TRT em São Paulo. Além da prisão do juiz Nicolau dos Santos Neto, que, na época, era o presidente do tribunal.
— É o que aconteceu na época do TRT, do juiz Lalau, e o que está acontecendo agora, o que a gente está vendo: é quando um magistrado, que depois de uma série de penduricalhos, chega a receber mais de R$ 100 mil por mês, é condenado pelo grave crime de venda de sentenças e acaba recebendo sabe o quê? Na verdade, com o regime que hoje manda no Brasil — alguns ministros do STF e o governo Lula —, você vê que ele acaba recebendo como pena —abro aspas — “um verdadeiro prêmio”, que é a aposentadoria — concluiu.

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Senado aprova voto de aplauso por centenário do jurista José Afonso

O Senado aprovou, na quarta-feira (30), voto de aplauso pelo aniversário de 100 anos do jurista mineiro José Afonso da Silva (REQ 336/2025). Assessor jurídico da Assembleia Nacional Constituinte, José Afonso da Silva é um dos autores do anteprojeto de Constituição da Comissão Afonso Arinos e, entre outras contribuições, foi o responsável pela criação do habeas data e pela inclusão da expressão “Estado Democrático de Direito” no texto constitucional. 
O voto foi iniciativa do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Na justificativa da homenagem, Pacheco considerou amplamente reconhecida a contribuição de José Afonso para os trabalhos constituintes. Para o senador, o jurista “soube aproveitar as oportunidades que estiveram ao seu alcance para ajudar a construir uma constituição democrática e de forte conteúdo social. Sob sua influência, os direitos fundamentais passaram a desfrutar de posição de destaque, sendo previstos no início da Constituição”.
Natural de Pompéu (MG), José Afonso da Silva é advogado e professor titular de direito constitucional da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. Também foi secretário de Segurança Pública do estado de São Paulo, durante o governo Mário Covas.

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Áudio: Ministro da Previdência é convidado a explicar aos senadores fraudes no INSS

A Comissão de Fiscalização e Controle (CTFC) aprovou na terça-feira (29) convite (REQ 16/2025 – CTFC) ao ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, para explicar as fraudes no INSS reveladas pela operação “Sem Desconto”. O senador Cleitinho (Republicanos-MG) defendeu a criação de uma CPI para apurar os descontos irregulares em benefícios, que teriam causado prejuízo de mais de R$ 6 bilhões. Já o senador Randolfe Rodrigues (PT-AP) afirmou que o esquema teve início em gestões anteriores e elogiou a atuação da atual Controladoria-Geral da União (CGU).

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Vídeo: Lei Aldir Blanc, produção de chocolate e acessibilidade mobilizam Plenário

Durante a sessão deliberativa, os senadores deram aval a mudanças na Lei Aldir Blanc e aprovaram percentual mínimo de cacau em chocolates brasileiros. Nesta quarta-feira (30), os parlamentares também aprovaram a criação do Selo Praia Acessível, para garantir o acesso de PCDs a esses espaços. Saiba mais sobre cada uma das medidas nesta reportagem.

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Vídeo: Senado Aprova: mudanças em repasses da Lei Aldir Blanc

O Senado aprovou nesta quarta-feira (30) projeto de lei que altera a lei da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB). O texto muda o percentual exigido de execução de recursos repassados anteriormente para que possa haver o recebimento de novas verbas pelos entes federados. O PL 363/2025 segue para a sanção.
Na terça-feira (29), os senadores aprovaram projeto que substitui o Símbolo Internacional de Acesso pelo Símbolo Internacional de Acessibilidade. O novo ícone, criado em 2015 pela ONU, procura englobar todos os tipos de deficiência e acessibilidade. Ele substitui o antigo símbolo internacional com a imagem de um cadeirante em fundo azul ou preto, que é associado a pessoas com mobilidade reduzida. O PL 2.199/2022 volta à Câmara dos Deputados.

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Áudio: Congresso pode decidir sobre veto à pensão para crianças afetadas pela zika

Há uma década, o Zika vírus era identificado no Brasil, e até 2017, o país enfrentou uma epidemia de casos de microcefalia e outras alterações em bebês de mães infectadas pelo vírus durante a gravidez. Entre as medidas de apoio às famílias, o Congresso aprovou um projeto que previa o pagamento de pensão mensal vitalícia, mais uma indenização de R$ 50 mil por família (PL 6.064/2023). Mas o texto foi vetado pelo presidente Lula e, em troca, foi editada uma medida provisória prevendo uma indenização única de R$ 60 mil reais (MPV 1.287/2025). O argumento para o veto foi o de que não há orçamento para a pensão, mas a autora do projeto, Mara Gabrilli (PSD – SP), afirma a viabilidade financeira da proposta e defende a derrubada do veto na próxima sessão do Congresso, prevista para 25 de maio.

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CPI das Bets será prorrogada por 45 dias

A comissão parlamentar de inquérito que investiga o uso de empresas de apostas online para lavagem de dinheiro (CPI das Bets) terá seus trabalhos prorrogados por 45 dias. Com isso, a CPI vai funcionar até junho. O requerimento de prorrogação foi lido nesta quarta-feira (30) pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e será publicado para que produza seus efeitos.
Presidente da CPI, o senador Dr. Hiran (PP-RR) é o autor do pedido de prorrogação. Sem ele, a CPI teria que encerrar as suas atividades nesta quarta.
Por solicitação da relatora da CPI, senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), Davi já tinha anunciado na terça (29) que concederia o tempo extra. O prazo de 45 dias havia sido acordado com o presidente da comissão e com as lideranças. Soraya pleiteava uma prorrogação por 130 dias, argumentando que em fevereiro as atividades da CPI foram suspensas por 63 dias.

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CRA fará debates sobre Proagro, 'moratória da soja' e apreensão de gado

A Comissão de Agricultura (CRA) decidiu nesta quarta-feira (30) que fará quatro audiências públicas para discutir os seguintes temas: mudanças no Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro); a chamada “moratória da soja”; a praga monilia na lavoura cacaueira; e a apreensão de gado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Esses debates — cujas datas ainda serão agendadas — foram solicitados por meio dos seguintes requerimentos (todos aprovados pela CRA nesta quarta-feira):

REQ 15/2025 – CRA, do senador Beto Faro (PT-PA), sobre mudanças no Proagro promovidas pelo Conselho Monetário Nacional;
REQ 16/2025 – CRA, do senador Marcos Rogério (PL-RO), sobre os efeitos efeitos jurídicos, econômicos, institucionais e sociais da chamada “moratória da soja”;
REQ 17/2025 – CRA, do senador Zequinha Marinho (Podemos-PA), sobre a prevenção da praga monilia na lavoura cacaueira do país;
REQ 18/2025 – CRA, também do senador Zequinha Marinho, sobre a apreensão de gado pelo Ibama em áreas embargadas.

Pequenos agricultores
A CRA também deveria votar nesta quarta o PL 3.684/2024, mas sua análise foi adiada. Esse projeto de lei, do senador Mecias de Jesus (Republicanos-RR), cria o Programa Nacional de Cooperativas de Crédito e Seguros para Agricultores Familiares.
O objetivo, segundo o autor, é proporcionar suporte econômico e estrutural às cooperativas agrícolas, além de oferecer crédito para os pequenos produtores manterem suas operações. A proposta conta com relatório favorável do Hamilton Mourão (Republicanos-RS).
A votação foi adiada a pedido da senadora Tereza Cristina (PP-MS).
— É um projeto muito interessante, que pode resolver inclusive um problema que nós estamos vivendo hoje com o Proagro, de crédito, das cooperativas de crédito. Então eu gostaria de pedir vista para analisar melhor o projeto, para a gente votar na próxima semana — disse a senadora.
Mecias de Jesus concordou com o pedido de vista.

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