Encerramento de Fórum Parlamentar do Brics destaca importância do Legislativo

A sessão de encerramento do 11º Fórum Parlamentar do Brics, realizada na tarde desta quinta-feira (5), destacou a importância do Poder Legislativo para a democracia de cada país e para temas globais como o multilateralismo e o desenvolvimento sustentável.
O tema central do encontro, que teve início na terça-feira (3), foi “O Papel dos Parlamentos do Brics na Construção de uma Governança Global mais Inclusiva e Sustentável”. O fórum tratou de sustentabilidade, inteligência artificial, cooperação interparlamentar, direitos femininos, segurança e paz, entre outros assuntos.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, disse que o encontro entre parlamentares do Brics mostra-se importante para a construção de um mundo mais justo, na busca de uma aliança interparlamentar pela saúde global e de novos caminhos para o desenvolvimento econômico. Segundo Davi, a troca de experiências legislativas que o fórum proporciona é fundamental para o alinhamento “dos nossos parlamentos diante dos desafios globais que compõem nossas agendas”.
— A consolidação de espaços como este fórum é um passo fundamental na direção de uma voz parlamentar cada vez mais coesa e influente do nosso bloco no cenário mundial. Nosso futuro é promissor — declarou o presidente do Senado, ao discursar no encerramento do evento.
De acordo com Davi, as reuniões do fórum demonstraram o compromisso do Brics com a inclusão e a participação das mulheres e com a profundidade estratégica das cooperações entre os países do bloco. Outros temas destacados por Davi foram a promoção de um comércio internacional justo e inclusivo, o enfrentamento das mudanças climáticas, o avanço na governança da inteligência artificial e a consolidação do desenvolvimento institucional do Brics.
— Nossos parlamentos são a voz de nossos cidadãos. Nós, legisladores, recebemos mandatos para traduzir os anseios populares em leis e políticas públicas eficazes e para fiscalizar a implementação dos compromissos assumidos por nossos governos — registrou Davi.
Pacificação
Em seu discurso, o presidente da Câmara, deputado Hugo Motta, disse ter a sensação do dever cumprido. Ele agradeceu o “esforço genuíno” de todas as delegações no fortalecimento da diplomacia parlamentar.
— A solidez da nossa cooperação se assenta em dois pilares: o respeito mútuo pela diversidade de nossos países e o sentimento comum de compromisso com o multilateralismo, o desenvolvimento inclusivo e a construção de uma ordem mundial mais equilibrada — afirmou Motta.
O presidente da Câmara reconheceu os desafios complexos do mundo moderno e disse que o Brics se apresenta como um mecanismo de pacificação, estabilidade e cooperação entre as nações do Sul Global e entre essas nações e os demais países do mundo. 
Declaração
Durante a sessão de encerramento do fórum, os parlamentares aprovaram uma declaração conjunta por um mundo justo e um planeta sustentável. O documento defende o fim de medidas protecionistas unilaterais sobre o comércio, política de tolerância zero contra o terrorismo e responsabilização das empresas que desenvolvem ferramentas de inteligência artificial.  O texto tem 36 parágrafos e aborda seis temas considerados prioritários para o Brics sob a presidência do Brasil:
1. A aliança interparlamentar pela saúde global;
2. A ação parlamentar em busca de novos caminhos para o desenvolvimento econômico;
3. O diálogo parlamentar sobre clima e sustentabilidade;
4. A cooperação parlamentar por uma inteligência artificial (IA) responsável e inclusiva;
5. Parlamentos do Brics unidos pela reforma da arquitetura multilateral de paz e segurança; e
6. Cooperação interparlamentar do Brics forte e duradoura.
O documento deve ser transmitido aos chefes de Estado e de governo como contribuição para a 17ª Cúpula de Líderes do Brics, marcada para julho, no Rio de Janeiro. Os outros temas destacados no documento são a urgência de enfrentar as mudanças climáticas, a cooperação internacional em saúde de forma inclusiva e o fortalecimento do bloco.
— É uma mensagem clara em favor da cooperação, do multilateralismo, da inclusão e do desenvolvimento sustentável para todos — disse Hugo Motta ao apresentar a declaração.
India 2026
O 12º Encontro Parlamentar do Brics será na Índia. A delegação indiana exibiu um vídeo apresentando um pouco do país, com sua cultura e riquezas naturais. O texto destacou o Legislativo como “uma voz da democracia” e também pregou a união de todos os povos do mundo, “como uma família só”.
A presidência parlamentar foi simbolicamente transferida para o presidente da Câmara Baixa do Parlamento da Índia, Om Birla. Em 2026, a presidência do bloco será da Índia, que, por esse motivo, sediará o próximo fórum interparlamentar.
— O Brics se tornou um símbolo de uma jornada inspiradora e tem crescido em influência, amplificando a voz do Sul Global — afirmou Om Birla.  
Hugo Motta agradeceu a participação e o entusiasmo dos parlamentares de todos os países participantes e desejou sucesso ao parlamento indiano.
— Conte com o apoio do parlamento brasileiro para o próximo encontro. Estamos dispostos a colaborar em tudo o que venha a contribuir com o estreitamento dos laços entre nossos países — declarou Motta, que ainda convidou a todos os parlamentares estrangeiros a voltarem ao Brasil.

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Último dia do fórum traz declaração em prol da cooperação interparlamentar

O último dia do 11º Fórum Parlamentar do Brics reforçou a vocação do encontro parlamentar pela cooperação internacional em temas estratégicos que afetam todos os países do bloco. Essa foi a tônica das sessões desta quinta-feira (5) que trataram de temas como sustentabilidade, inteligência artificial, cooperação interparlamentar, segurança e paz. Elas formularam as bases, juntamente com as sessões dos dias anteriores, da Declaração Conjunta acatada em consenso pelos países participantes, divulgada no encerramento do evento, sediado no Congresso Nacional, em Brasília.
Iniciado na terça-feira (3), o fórum reuniu 195 membros de 16 delegações estrangeiras e do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), conhecido como banco dos Brics. A delegação brasileira contou com 18 senadores, entre eles o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e com 35 deputados, incluindo o presidente da Câmara, Hugo Motta.
— A participação expressiva de Casas Legislativas e de parlamentares, de países-membros e parceiros demonstra a vitalidade e a atratividade da dimensão parlamentar do Brics. A consolidação de espaços como este Fórum é um passo fundamental na direção de uma voz parlamentar cada vez mais coesa e influente do nosso bloco no cenário mundial. Nosso futuro é promissor — disse Davi ao abrir a sessão final do evento.
No encerramento, o presidente da Câmara Baixa do Parlamento da Índia, Om Birla, recebeu simbolicamente a transmissão da presidência do fórum. Em 2026, a presidência do bloco será da Índia, que, por esse motivo, sediará o fórum interparlamentar.
— O Brics se tornou um símbolo de uma jornada inspiradora e tem crescido em influência, amplificando a voz do Sul Global e apresentando oportunidades para novas estruturas internacionais, de maneira democrática e inclusiva e de modo a refletir a realidade contemporânea — disse o parlamentar indiano, que prometeu futuras iniciativas sob a liderança de seu país.
Documento
A Declaração Conjunta, resultado das discussões dos três dias de fórum, defende o fim de medidas protecionistas unilaterais sobre o comércio, política de tolerância zero contra o terrorismo e a responsabilização das empresas que desenvolvem ferramentas de inteligência artificial (IA). O texto tem 36 parágrafos e aborda seis temas considerados prioritários para os parlamentares do Brics sob a presidência do Brasil.
O documento deve ser transmitido aos chefes de Estado e de governo como contribuição para a 17ª Cúpula de Líderes do Brics, marcada para julho, no Rio de Janeiro. Outros temas destacados no documento são o enfrentamento às mudanças climáticas, a cooperação internacional em saúde de forma inclusiva e o fortalecimento do bloco.
— É uma importante mensagem política do Fórum Parlamentar do Brics para os nossos chefes de Estado e de governo que se reunirão no Rio de Janeiro no início de julho e também para a comunidade internacional em seu conjunto. É uma mensagem clara em favor da cooperação, do multilateralismo, da inclusão e do desenvolvimento sustentável para todos — disse Motta sobre a declaração.
Além da declaração final, o fórum resultou em dois outros documentos, elaborados durante o Encontro dos Presidentes das Comissões de Relações Exteriores dos Parlamentos do Brics e a Reunião de Mulheres Parlamentares do Brics. Os dois encontros, que antecederam o fórum, foram realizados na terça-feira (3).
Sustentabilidade
O financiamento aos países em desenvolvimento e o maior protagonismo dos Brics nas decisões internacionais para a promoção do desenvolvimento sustentável nortearam as falas da terceira sessão de trabalho do fórum, na manhã desta quinta-feira, com o tema “Diálogo Interparlamentar do Brics sobre Clima e Sustentabilidade”.
Durante a sessão, o vice-presidente do Parlamento da África do Sul, Poobalan Govender, afirmou que os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis da Agenda 2030 exigem compromisso dos países-membros do Brics. Os objetivos buscam alcançar, até 2030, níveis apropriados de erradicação da pobreza, produção sustentável, água potável, entre outros.
— Sem o nosso compromisso e cooperação para reduzir o impacto das mudanças climáticas, a realização dos objetivos dos elementos sustentáveis continuará a ser um sonho distante. As mudanças climáticas afetam as populações vulneráveis, como nos países em desenvolvimento que não têm os recursos para se adaptar aos seus impactos. Temos que nos perguntar: sendo tão inteligentes, por que nós estamos destruindo os recursos naturais que são requeridos para nos dar subsistência e garantir que as gerações futuras tenham um planeta onde eles possam viver? — questionou o representante da Câmara Alta sul-africana.
Inteligência artificial
Na quarta sessão de trabalho, com o tema “Cooperação Interparlamentar para uma Inteligência Artificial Responsável e Inclusiva”, parlamentares  defenderam o desenvolvimento de uma inteligência artificial que seja ética e baseada em princípios de responsabilidade e transparência.
Representantes do Egito, da China, dos Emirados Árabes Unidos e da Índia apontaram o duplo papel da IA, que pode ser motor de desenvolvimento, mas também fonte de riscos se empregada sem critérios éticos. Sara Falaknaz, do Conselho Nacional Federal dos Emirados Árabes Unidos, disse que, se mal regulada, a tecnologia pode ampliar desigualdades.
— Realizar o potencial da inteligência artificial exige mais do que inovação, exige responsabilidade. Os algoritmos devem ser justos; os dados, protegidos; e o crescimento, inclusivo — enfatizou a parlamentar.
Segurança
A demanda por um sistema multilateral de segurança que assegure mais representatividade dos países em desenvolvimento foi um dos destaques da quinta sessão do fórum, com o tema “Reforma da Arquitetura Multilateral de Paz e Segurança”.  Durante a sessão, parlamentares criticaram o fato de o Conselho de Segurança da ONU ter 15 países-membros, mas somente cinco permanentes com poder de veto.
— Devemos garantir que o Conselho de Segurança da ONU se adapte à realidade multipolar atual, permitindo que os países do sul (…) desfrutem de uma representação mais ampla dentro desta infraestrutura. Eles devem ser o pilar de uma arquitetura global emergente — defendeu o senador Grigory Karasin, da Rússia.
Cooperação interparlamentar
Na sexta e última sessão de trabalho, o tema foi “Por uma cooperação interparlamentar do Brics mais forte e duradoura”. Os parlamentares do bloco afirmaram que os Legislativos nacionais e a cooperação internacional entre eles devem servir à manutenção, à proteção e ao avanço da democracia em todo o mundo. Representantes do Brasil, África do Sul, Índia, Cuba, Nigéria, Belarus e Irã pediram ampliação e aprofundamento da cooperação no âmbito do Brics.
— Precisamos proteger a democracia e as Constituições (…) Apenas através do fortalecimento das instituições democráticas seremos capazes de realizar mudanças — afirmou o parlamentar nigeriano Julius Ihonvbere, membro da Câmara Baixa da Nigéria.

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Áudio: Entrosamento entre países do Brics ajuda a enfrentar protecionismo dos EUA, diz Nelsinho

O senador Nelsinho Trad (PSD-MS), presidente da Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado, avaliou o 11º Fórum Parlamentar do Brics, encerrado nesta quinta-feira (5), e falou da sensação de dever cumprido. Nelsinho observou que todos os países participantes apontaram o multilateralismo como forma de se defender das medidas adotadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em relação ao comércio internacional. O senador acredita que a regularidade do Fórum Parlamentar proporciona maior entrosamento entre os países do Brics, o que permite entendimentos e novas oportunidades. Ouça a entrevista à repórter Hérica Christian. 

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Áudio: CDH promoveu audiência pública sobre adoção

A Comissão de Direitos Humanos (CDH) promoveu na segunda-feira, 26 de maio, audiência pública em alusão ao Dia Nacional da Adoção, comemorado no domingo, dia 25 de maio. Foram debatidas experiências positivas e possíveis mudanças na legislação. A presidente da CDH, senadora Damares Alves (Republicanos-DF), destacou que a CDH deve votar na quarta-feira (28) o projeto de lei (PL 3.800/2024) que ratifica resolução do Conselho Nacional de Justiça que criou o Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento.

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Parlamentares dos Brics cobram financiamento para o combate a mudanças climáticas

Parlamentares de países-membros do Brics defenderam em Plenário, nesta quinta-feira (5), financiamento aos países em desenvolvimento e maior protagonismo dos Brics nas decisões internacionais para a promoção do desenvolvimento sustentável. A sessão de trabalho foi a terceira do 11º Fórum Parlamentar dos Brics, sediado no Congresso Nacional, que reúne representantes de 15 países — 10 Estados-membros do Brics e cinco países parceiros.
O Diálogo Interparlamentar do Brics sobre Clima e Sustentabilidade foi conduzido pelo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta. Ele apontou que a ONU, por meio do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), já afirmou que esta década determinará se os países conseguirão limitar o aquecimento global a 1,5 grau Celsius acima dos níveis pré-industriais. A meta foi acatada por 196 países em 2015, ao assinarem o Acordo de Paris.
Para Motta, o Brasil tem papel fundamental no objetivo, inclusive por sediar, neste ano, a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 30), em Belém. Na avaliação do deputado, o financiamento é uma das principais prioridades do evento. Países em desenvolvimento, como o Brasil, têm questionado nos últimos anos o compromisso de países ricos na manutenção da contribuição financeiramente neste tema com as nações mais pobres.
— É a conferência climática mais importante da década. Nossa força está na nossa união. Cabe a nós, como mecanismo de cooperação, liderar pelo exemplo. A cooperação multilateral é imprescindível para enfrentarmos os desafios climáticos do nosso tempo. É uma oportunidade histórica — disse.
O fórum, que se encerra no final do mesmo dia, reúne 195 parlamentares estrangeiros credenciados, sem contar as equipes de apoio. A delegação brasileira conta com 18 senadores, entre eles o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e com 35 deputados, incluindo Motta.
Países em desenvolvimento, como o Brasil, têm questionado nos últimos anos o compromisso de países ricos na manutenção da contribuição financeiramente, neste tema, com as nações mais pobres. Projetos e iniciativas para conter as mudanças climáticas ainda podem ser financiados por parcerias público-privadas e bancos multilaterais. É o caso do banco dos Brics, criado em 2014 pelos países do grupo, que anunciou que, até 2026, terá 40% do seu portfólio de investimentos em projetos sustentáveis.
Índia
Vice-presidente da Câmara Alta do Parlamento da Índia, Harivansh Narayan Singh reforçou a importância da COP 30 e de outros documentos internacionais sobre sustentabilidade, como a Agenda 2030, documento da ONU assinado por 193, em 2015, para amadurecer o desenvolvimento sustentável no mundo.
— A Índia ressalta a importância da próxima COP 30 como marco fundamental para o avanço dos esforços globais de adaptação e resiliência. O país continuará a defender o aumento do financiamento climático, essencial para as ações climáticas.
Singh ainda lembrou que, em abril, os ministros de meio ambiente dos países-membros dos Brics se reuniram em Brasília, ocasião em que a Índia “defendeu fortemente a necessidade de uma liderança coletiva para avanço da agenda climática de 2030”.
O parlamentar apontou que a Índia, um dos membros fundadores dos Brics, tem uma estratégia de longo prazo para atingir a neutralidade de carbono até 2070 — ou seja, adotar medidas que compensem totalmente a poluição. Segundo ele, entre 2005 e 2020, a intensidade de emissões do PIB indiano foi reduzida em 36%.
China
O representante do Congresso Nacional do Povo da China, Wang Ke, afirmou que seu país trabalha em um “arcabouço” para os países do Brics compartilharem conhecimento e tecnologia no âmbito do desenvolvimento sustentável, entre outras iniciativas.
— O consumo de energia como proporção do PIB na China tem sido reduzido. Já assinamos 52 documentos de cooperação sobre mudanças climáticas com 42 países, treinando mais de 10 mil pessoas. Olhando para o futuro, o Congresso está disposto a trabalhar em estreita cooperação com os países dos Brics e legislaturas parceiras, de modo a promover trabalhos relacionados ao clima — disse Wang Ke.
África do Sul
O vice-presidente do Parlamento da África do Sul, Poobalan Govender, disse que os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis da Agenda 2030 exigem compromisso dos países-membros dos Brics. Os objetivos buscam alcançar, até 2030, níveis apropriados de erradicação da pobreza, produção sustentável, água potável, entre outros.
— Sem o nosso compromisso e cooperação para reduzir o impacto das mudanças climáticas, a realização dos objetivos dos elementos sustentáveis continuará a ser um sonho distante. As mudanças climáticas afetam as populações vulneráveis, como nos países em desenvolvimento, que não têm os recursos para se adaptar aos seus impactos. Temos que nos perguntar: sendo tão inteligentes, por que nós estamos destruindo os recursos naturais que são requeridos para nos dar subsistência e garantir que as gerações futuras tenham um planeta onde eles possam viver?
A África do Sul se tornou, em 2010, membro oficialmente do Brics, que até então era composto apenas do Brasil, Rússia, Índia e China.
Cuba
O parlamentar Alberto Nuñez Betancourt, da Assembleia Nacional do Poder Popular de Cuba, compartilhou os impactos das mudanças climáticas sentidos na ilha caribenha. Para ele, os países ricos devem assumir a liderança na transferência de recursos aos países em desenvolvimento para combater o aquecimento global.
— Os países em desenvolvimento não podem avançar nas metas de mitigação se não forem apoiados por meios de implementação necessários: financiamento, tecnologia e capacitação. Os países desenvolvidos devem assumir a liderança conforme estipulados compromissos internacionais incluindo acordo de Paris. As previsões indicam que o aumento do nível médio do mar pode alcançar até 27 cm até 2050. Algumas das ações estratégicas em vigor [em Cuba] incluem a decisão de proibir a construção de novas moradias em assentamentos costeiros, reduzir a densidade populacional nas áreas costeiras e adaptar as atividades agrícolas — disse o representante de Cuba, um dos nove países parceiros dos Brics.
Bolívia
Felix Ajpi Ajpi, senador da Bolívia (país parceiro do Brics), mencionou a necessidade de observar as mudanças climáticas como uma questão que ultrapassa fronteiras. Ele exemplificou com a diminuição das geleiras na Cordilheira dos Andes, que segundo ele, pode diminuir a disponibilidade de água na Amazônia.
— Nós estamos dispostos a trabalhar para administrar e lutar contra um efeito tão letal que pode vir para nossas nações… Se não tomamos atitudes, simplesmente vai ser uma retórica de como assumir essas responsabilidades. Nós, os países em desenvolvimento, queremos ser parte da administração das soluções dessas mudanças climáticas. Podemos diminuir seus efeitos.
Irã
Representante da Assembleia Consultiva Islâmica do Irã, Gholamreza Taj Gardoun afirmou que os membros dos Brics têm grande responsabilidade pelo futuro do planeta em razão de ter mais de 40% da população mundial. Segundo ele, “é o momento do Brics assumir um papel de liderança na formação da ordem climática global”. O Irã aderiu ao Brics em 2024.
Gardoun ainda apontou que o trabalho do parlamentar pode ir além de apenas elaborar leis e que a cooperação entre os parlamentares deve possuir objetivos claros.
— Permitam-me destacar alguns [objetivos para a cooperação interparlamentar]: compartilhar experiências legislativas em energia limpa, transporte sustentável, gestão de recursos hídricos e economia circular; estabelecer um centro parlamentar de pesquisa do Brics para clima e sustentabilidade para fornecer apoio científico aos formuladores de políticas; promover o investimento em tecnologias verdes; padronizar os procedimentos de avaliação de impacto ambiental para grandes projetos nos Estados-membros.
Gardoun afirmou que o Irã tem legislação para promover “ar limpo” e que incentiva transportes sustentáveis, entre outras iniciativas.

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Participantes do Fórum Parlamentar do Brics defendem ordem mundial mais justa

Participantes do 11º Fórum Parlamentar do Brics, iniciado nesta quarta-feira (4), em Brasília, defenderam uma nova ordem internacional mais justa. Para eles, é preciso haver uma configuração mundial na qual os países emergentes participem das decisões globais.
O fórum, que terminará nesta quinta-feira (5), reúne representantes de 15 países — 10 Estados-membros do Brics e cinco países parceiros — e um total de 248 parlamentares, incluindo 195 delegados internacionais, 35 deputados federais brasileiros e 18 senadores. O Brics atua como um fórum de coordenação e cooperação política e diplomática entre países do chamado Sul Global.
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, defendeu, na sessão de abertura, a reforma de organismos internacionais para garantir uma arquitetura de paz e segurança na solução de conflitos. “É inaceitável e, cada vez mais, flagrantemente ineficaz que estruturas decisórias do sistema das Nações Unidas continuem a refletir o mundo do pós-Segunda Guerra, e não as dinâmicas geopolíticas do século 21”, afirmou Motta.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, considerou que o respeito às diferenças políticas e o diálogo internacional são os “únicos instrumentos essenciais para a paz e para o progresso”. Ele ressaltou a importância dos Poderes Legislativos dos países para a definição de políticas públicas ao redor do mundo. “Que os parlamentos se pronunciem de maneira autônoma e complementar às ações propostas pelos governos sobre os rumos da cooperação internacional na solução de temas da mais alta importância para a sociedade”, afirmou.
O presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin, apresentou uma lista de pontos da agenda legislativa do Brics, que inclui, entre outros, o fortalecimento institucional do bloco e o desenvolvimento econômico, com a redução de barreiras e o foco em tecnologia verde.
O coordenador parlamentar do Brics no Senado, senador Humberto Costa (PT-PE), afirmou: “Não somos periféricos e nos negamos a sê-lo. Somos adeptos de uma nova ordem política e econômica mundial. Desejamos e devemos ser tratados como atores de peso, personagens principais de uma nova perspectiva geopolítica.”
O coordenador parlamentar do Brics na Câmara dos Deputados, Fausto Pinato (PP-SP), declarou que a expansão do bloco proporciona uma oportunidade única para fortalecer alianças entre países com diferentes potenciais na indústria, na agricultura ou na saúde, por exemplo. Para ele, não faz sentido que um único país – em alusão aos Estados Unidos e à presidência de Donald Trump – detenha a hegemonia mundial.
Desenvolvimento econômico
Em debate sobre a “Busca de Novos Caminhos para o Desenvolvimento Econômico”, chefes das delegações dos parlamentos do Brics defenderam a reformulação dos sistemas econômicos multilaterais de financiamento para refletir melhor a nova ordem de comércio global, na qual diferentes atores internacionais têm relevância.
Segundo o representante do Conselho Nacional de Províncias da África do Sul, Tidimalo Legwase, os parlamentos do Brics devem apoiar os reforços para reformar as instituições criadas pelo acordo de Bretton Woods para que sua governança seja representativa e reflita os interesses imperativos desenvolvimentistas dos mercados emergentes e países menos desenvolvidos.
A conferência de Bretton Woods aconteceu no final da Segunda Guerra Mundial e criou organismos como Fundo Monetário Internacional (FMI) e o que viria a ser o Banco Mundial, dentro da nova ordem financeira internacional.
Para o vice-presidente da Câmara da Rússia (Duma), Alexander Zukhov, a sub-representação de países em desenvolvimento faz com que essas instituições não funcionem para todos. “É muito importante tirar o aspecto político das instituições de Bretton Woods. Muitos usam o FMI e o Banco Mundial para promover seus próprios interesses e consolidar práticas neocoloniais nos assuntos globais”, declarou.
O presidente da Câmara do Povo do Parlamento Indiano, deputado Om Birla, afirmou que seu país apoia um “sistema de comércio global justo e baseado em regras” e que aborde adequadamente as necessidades e aspirações do chamado Sul Global, termo que engloba países que possuem desafios semelhantes de desenvolvimento econômico e social a despeito de contextos culturais heterogêneos entre si. “Os países do Brics devem fazer coletivamente esforços concretos para aprimorar a participação do sul nessas instituições”, disse.
 Reunião sobre saúde global
Em debate sobre a saúde, participantes do Fórum reforçaram a necessidade de um grande acordo multilateral entre os países do bloco para enfrentamento conjunto de possíveis pandemias no futuro. Segundo eles, a ideia é fortalecer a prevenção e o combate a epidemias, promover acesso equitativo às vacinas e estabelecer um modelo de cooperação baseado na ação solidária.

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Áudio: Fórum Parlamentar é evento preparatório para a Cúpula do Brics, diz Davi

O Fórum Parlamentar do Brics é um evento preparatório para a reunião de cúpula do grupo, marcada para os dias 6 e 7 de julho, no Rio de Janeiro. Para o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, o fórum é fundamental para estreitar as relações dos parlamentares desse conjunto de países. Representando o Itamaraty, a embaixadora Maria Laura da Rocha apontou o alinhamento entre os temas do fórum parlamentar e aqueles propostos pelo Brasil para a cúpula no Rio de Janeiro.

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Áudio: Fórum do Brics tem debates sobre desenvolvimento econômico e saúde global

Saúde global e novos caminhos para o desenvolvimento econômico foram destaques da programação do segundo dia do 11º Fórum Parlamentar do Brics. O encontro foi oficialmente aberto nesta quarta-feira (4), no Plenário do Senado Federal. Presidida pelo senador Davi Alcolumbre, a solenidade contou com representantes dos três Poderes, inclusive o presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin. Para ele, o encontro “reflete o compromisso do grupo em contribuir para soluções em um cenário internacional desafiador, marcado por transformações econômicas, tecnológicas e geopolíticas”. Na primeira sessão de trabalho, que teve como tema “Aliança Interparlamentar do Brics pela Saúde Global”, os países puderam apresentar projetos e iniciativas que desenvolvem na área, como o SUS, o centro especializado em vacinas da Rússia, e o compartilhamento de profissionais por Cuba. O presidente do Senado pediu um pacto das nações voltado à saúde dos povos. Davi disse reconhecer as diferenças, “somos nações diversas, mas a saúde, a doença e a vida são fenômenos universais. A pandemia da covid-19 nos lembrou disso”.

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