Lei autoriza repasse de componentes nacionais entre contratos de petróleo

Já está em vigor a Lei 15.075, de 2024, que autoriza a transferência de excedentes de conteúdo local entre contratos para exploração e produção de petróleo e gás natural vigentes, além de introduzir alterações na regulamentação desses setores. Sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a norma foi publicada no Diário Oficial da União desta sexta-feira (27).
A norma teve origem em proposta do Poder Executivo, aprovada no Plenário do Senado em dezembro, na forma de substitutivo da Câmara dos Deputados. Relatado pelo líder do governo, senador Jaques Wagner (PT-BA), o PL 3.337/2024 altera a Lei 9.478, de 1997, com o objetivo de flexibilizar a utilização do excedente do índice mínimo de conteúdo local entre contratos de exploração e produção de petróleo e de gás natural. Com isso, as empresas poderão transferir esses créditos entre diferentes contratos e projetos.
A política de conteúdo local é usada para ampliar a participação de equipamentos e serviços nacionais na cadeia produtiva de petróleo e gás. O projeto que deu origem a lei autoriza a transferência desses excedentes de conteúdo local entre contratos de exploração e produção de petróleo e gás, desde que sejam cumpridas as condições estabelecidas. 
A lei visa otimizar a utilização desses créditos e incentivar a indústria nacional. Se um consórcio petrolífero superar o índice mínimo obrigatório de compra de produtos brasileiros, o excedente percentual poderá ser repassado, em valor monetário, a outra operação que esteja abaixo desse mínimo.  
Algumas regras precisarão ser observadas pelas empresas: 

a medida beneficia os contratos de concessão ou partilha de produção; 
a transferência de excedentes será limitada aos contratos com pelo menos uma empresa consorciada coincidente entre eles; 
o repasse do excedente será solicitado à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) pelas empresas; 
a transferência poderá ser total ou parcial, a critério dos solicitantes; 
não será permitido o aproveitamento de excedentes para fases já encerradas. 

A lei ainda amplia o conceito de conteúdo local, com a inclusão de navios-tanques e embarcações de apoio marítimo produzidos no Brasil, e estabelece índices mínimos de conteúdo local para esses equipamentos. A nova legislação mantém e amplia os incentivos fiscais para empresas que investem em conteúdo local.
Há também a previsão para que a ANP possa ajustar os índices mínimos de conteúdo local com base em dados concretos sobre a capacidade da indústria. Além disso, será a ANP a responsável por definir as regras para a apuração e o controle dos excedentes de conteúdo local.  
Os valores monetários correspondentes ao conteúdo local serão atualizados por índices específicos, como o IGP-DI. A lei ressalta ainda que a transferência de créditos não exclui a possibilidade de aplicação de penalidades por descumprimento da política de conteúdo local e estabelece um prazo de 35 anos para os contratos de partilha de produção, bem como define as condições para a prorrogação.
Entre outros ajustes, o projeto que originou a lei incorporou o conteúdo da Medida Provisória (MP) 1.255, de 2024, que criou incentivos para a indústria naval e para o setor de petróleo. O texto permite a depreciação acelerada para navios-tanques novos, fabricados em estaleiros nacionais e empregados no transporte de cabotagem de petróleo e seus derivados. A depreciação acelerada é um mecanismo que reduz o Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ) e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) que terão de ser recolhidos pelas empresas beneficiadas.

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Áudio: Pacheco destaca produtividade do Congresso em 2024

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, considerou produtivo o ano legislativo ao lembrar que os parlamentares conseguiram conciliar o período do recesso branco devido às eleições com as votações no Plenário. Entre os destaques citados por Pacheco estão os Marcos Regulatórios do Mercado de Carbono, já transformado em lei, e da Inteligência Artificial, a regulamentação da reforma tributária e o pacote de corte de gastos do governo. O senador avalia que a missão foi cumprida em 2024. Segundo ele, uma das prioridades em 2025 será a reforma administrativa para reduzir as despesas públicas com o uso de tecnologia e não com sacrifícios para os servidores públicos.

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Áudio: Senadora adverte que dólar alto prejudica produção e eleva preços

A aprovação do pacote de corte de gastos do governo ainda não foi o suficiente para segurar a cotação do dólar, que segue acima dos R$ 6. A senadora Tereza Cristina (PP-MS) ressaltou que a valorização não representa ganhos significativos nem mesmo para os exportadores brasileiros, que dependem da importação de insumos, como fertilizantes. Segundo ela, a alta deve impactar os preços dos alimentos e a inflação. Já o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, que é senador licenciado, destacou que o governo está comprometido em reduzir os gastos públicos para diminuir a desconfiança do mercado financeiro. Ao lembrar a aprovação do pacote de corte de gastos pelo Congresso Nacional, ele afirmou que o crescimento econômico deste ano está acima do previsto.

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Áudio: Paulo Paim se despede da Comissão de Direitos Humanos

A Comissão de Direitos Humanos (CDH) encerrou os trabalhos legislativos com um balanço do biênio 2023-2024. Segundo o presidente do colegiado, senador Paulo Paim (PT-RS), foram realizadas 160 reuniões, entre audiências públicas, deliberativas e diligências, e votados 196 projetos de lei. Ao destacar a sanção de 27 deles, Paim comemorou a grande diversidade de falas e de temas discutidos na comissão ao longo dos dois anos e reforçou a alegria de presidir a CDH pela quinta e, segundo ele, última vez.

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Política Nacional de Cuidados (Lei 15.069, de 2024), que tem o objetivo de reorganizar a distribuição das tarefas de cuidado no Brasil, promovendo a inclusão social e garantindo direitos de quem cuida e de quem recebe cuidados. A nova legislação estabelece a responsabilidade compartilhada entre o Estado, as famílias, o setor privado e a sociedade civil, visando equilibrar as responsabilidades e combater as desigualdades. A iniciativa também cria o Plano Nacional de Cuidados, que integrará ações em assistência social, saúde e educação. A lei ainda busca a valorização e qualificação dos profissionais do setor.

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Áudio: Nova lei isenta medicamentos de Imposto de Importação

Foi sancionada pelo presidente Lula a Lei 15.071, de 2024, que garante a isenção do Imposto de Importação para remédios de uso pessoal no valor de até US$ 10 mil, o equivalente a R$ 61 mil. A norma também inclui, no Programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover), regras diferenciadas para a importação de autopeças e veículos.
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A Comissão Mista Permanente de Combate à Violência Contra Mulher aprovou seu relatório de atividades do biênio 2023-2024. Foram 12 audiências sobre temas diversos como a situação das brasileiras que sofrem violência doméstica no exterior; a Pesquisa Nacional de Violência contra a Mulher e o Mapa Nacional da Violência de Gênero. A presidente do colegiado, senadora Augusta Brito (PT-CE), acredita que a comissão desempenhou um papel importante nos debates sobre as políticas de enfrentamento à violência de gênero.

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Nesse fim de semana, o Brasil foi marcado por duas grandes tragédias: em Minas Gerais, 41 pessoas morreram em um acidente envolvendo três veículos na BR-116; e em Gramado (RS), a queda de um avião deixou 10 mortos. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, emitiu nota de pesar sobre o acidente aéreo, e o senador Nelsinho Trad (PSD-MS) disse que pedirá a criação, no Senado, de uma comissão externa para investigar a situação das rodovias brasileiras.

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