Congresso instala comissão para analisar MP que concedeu aumento aos militares

O Congresso Nacional instalou, na tarde desta terça-feira (29), a comissão mista que vai analisar a medida provisória que trouxe a nova tabela de soldo a ser pago aos militares das Forças Armadas (MP 1.293/2025). O reajuste será de 9%, dividido em 4,5% para 2025 e igual percentual para 2026.
O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) foi eleito presidente da comissão. O deputado Carlos Zarattini (PT-SP) ficou com o cargo de vice-presidente. Como relator, foi designado o deputado General Pazuello (PL-RJ). A indicação dos cargos se deu por acordo entre as lideranças.
 Valores
O valor do soldo — vencimento básico — varia conforme a graduação e posto dos militares. A maior remuneração é paga ao almirante de esquadra, ao general de Exército e ao tenente-brigadeiro do ar. Com a MP, o soldo dessas patentes passou de R$ 13.471 para R$ 14.077. Com a previsão de mais 4,5% a partir de 1º de janeiro de 2026, eles passarão a receber R$ 14.711.
Já na base da tabela de soldo aparecem marinheiro-recruta, recruta, soldado, soldado-recruta, soldado de segunda classe (não engajado) e soldado-clarim ou corneteiro de terceira classe. Para esse grupo, o atual soldo de R$ 1.078 passará a R$ 1.127 em abril deste ano e a R$ 1.177 em janeiro de 2026.
 Adiamento
As instalações de outras duas comissões estavam previstas também para esta terça-feira. No entanto, as reuniões foram canceladas, como já havia ocorrido na semana passada.
Uma das comissões é a que vai analisar a MP 1.292/2025, que faz modificações nas regras do crédito consignado, permitindo que essas operações sejam feitas por meio de sistemas ou plataformas digitais. O objetivo é tornar o processo mais eficiente, seguro e acessível. A medida também prevê o uso de até 10% do saldo FGTS como garantia.
A outra comissão que teve a instalação adiada é a que vai analisar a MP 1.291/2025. Pela MP, os recursos do Fundo Social podem ser usados para financiar projetos de infraestrutura social, habitação popular e enfrentamento de calamidades públicas.

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Áudio: CAE aprova concessão de empréstimos com sobras do fundo de C&T

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) aprovou nesta terça-feira (29) projeto do senador Jaques Wagner (PT-BA) que autoriza o uso das sobras anuais do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) para a concessão de empréstimos, mesmo fora dos limites estabelecidos pelo novo arcabouço fiscal. A proposta, válida até 2028, também permite o uso de saldos acumulados em anos anteriores em operações de crédito. Atualmente, o novo arcabouço fiscal limita esse tipo de aplicação a 50% do total previsto na Lei Orçamentária Anual. Caso não haja requerimento para votação em Plenário, o PL 847/2025 seguirá diretamente para a Câmara dos Deputados.

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Audiência expõe desafios de pessoas com paralisia cerebral

As pessoas com paralisia cerebral precisam de mais reconhecimento e ampliação das políticas públicas em seu apoio, destacaram os debatedores ouvidos em audiência pública da Comissão de Direitos Humanos (CDH), nesta terça-feira (29).
O evento atendeu a requerimento (REQ 59/2024 – CDH), do senador Flávio Arns (PSB-PR), com o fim de debater a criação do Dia Nacional da Conscientização sobre a Paralisia Cerebral, a ser celebrado no dia 6 de outubro — data que já é dedicada à luta, em nível internacional, por direitos e oportunidades para essa população.
Presidindo a audiência, o senador Paulo Paim (PT-RS) lembrou que, de acordo com o Ministério da Saúde, a paralisia cerebral ocorre em dois ou três casos entre mil nascidos vivos, o que torna necessário o combate aos preconceitos e o reforço das políticas públicas voltadas para essas pessoas.
— Milhares de pessoas convivem com essa condição no Brasil, muitas das quais precisam de apoio especial para realizar atividades cotidianas. (…) Instituir uma efeméride dedicada à conscientização sobre a paralisia cerebral é fundamental para sensibilizar a sociedade quanto aos desafios enfrentados por essas pessoas e suas famílias — declarou.
O gerente institucional da Apae Brasil, José Marcos Cardoso do Carmo, chamou a atenção para o estigma social sobre as pessoas com paralisia cerebral, que seriam tratadas como “incapazes”, e a falta de políticas públicas de acompanhamento leva essa população a uma condição de exclusão e invisibilidade.
— A deficiência não impede o exercício da cidadania. O que impede é a ausência de oportunidade. Assim, defender a criação do Dia Nacional da Conscientização sobre a Paralisia Cerebral é conhecer o valor dessas vidas, é dar um nome à luta.
Atleta paralímpico de tênis de mesa, Marcos Vinicius Araujo do Amaral afirmou que sua entrada no esporte, aos 13 anos de idade, proporcionou inclusão na sociedade e um meio de mostrar às pessoas do que ele era capaz.
— Eu consegui participar de jogos paralímpicos, consegui estar atuando nesse esporte. Eu gostaria de ressaltar a importância da conscientização sobre a paralisia cerebral nas escolas. (…) Todos têm lugar nesse ambiente maravilhoso que é o esporte.
A campeã mundial paralímpica de arremesso de peso, Wanna Brito, salientou os desafios das pessoas com deficiência, que demandam acesso, cuidado e reconhecimento. Ela disse esperar que o Dia Nacional da Conscientização sobre a Paralisia Cerebral seja mais que uma data simbólica.
— É um passo estratégico no compromisso que este país precisa firmar com a inclusão plena.
Wanna ainda comentou a situação das famílias de pessoas com deficiência, que em sua maioria sofrem com gastos elevados, sobrecarga de trabalho e desgaste psicológico.
Coordenador-geral da Pessoa com Deficiência do Ministério da Saúde, Arthur de Almeida Medeiros mencionou o compromisso do governo federal na garantia dos direitos das pessoas com deficiência e destacou o acordo de cooperação técnica com o Ministério do Esporte, que incluiu práticas esportivas nos processos de reabilitação.
— Quando a gente fala da integralidade do cuidado, é pensar essa pessoa e todo o meio social que há em torno dela, consequentemente, seus familiares, acompanhantes e cuidadores. Esse tem sido um aspecto extremamente importante que o Ministério da Saúde tem trabalhado.

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Debatedores criticam novas regras para partidos e candidaturas na CCJ

Na terceira e última audiência pública para instruir o projeto do novo Código Eleitoral (PLP 112/2021), senadores e debatedores abordaram a questão dos partidos políticos e das federações. A Lei dos Partidos Políticos, de 1995, é uma das sete normas que passa a ser incorporada pelo texto em construção e que recebe alterações significativas, como prazo para criação dos partidos, competências da justiça, prestação de contas, autonomia partidária, todas discutidas nesta terça-feira (29), na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
O novo Código Eleitoral é relatado na CCJ pelo senador Marcelo Castro (MDB-PI). Ele reuniu as legislações eleitorais e partidárias em cerca de 900 artigos, divididos em 23 livros. Na comissão, já foram apresentadas 217 emendas ao texto. A previsão é de que a comissão vote o projeto no mês de maio. A lei precisa estar em vigor até 3 de outubro deste ano para que possa ser aplicada nas eleições de 2026.
— Estou há dois anos na relatoria desse Código e sempre vai ser necessário mais aprimoramento — disse o relator, ao destacar que as sugestões do debate desta terça-feira foram muito importantes e serão analisadas.
A audiência teve presidêcnia dos senadores Vanderlan Cardoso (PSD-GO) e Carlos Portinho (PL-RJ).
Prazo
Uma das alterações propostas é o aumento do número mínimo de assinaturas exigidas para a criação de partidos, que passa de 0,5% dos votos válidos na última eleição da Câmara dos Deputados para 1,5% — o que hoje equivale a cerca de 1,5 milhão de assinaturas. Para cumprir essa exigência, o partido proposto terá dois anos, a contar da aquisição de sua personalidade jurídica, com o seu registro em cartório civil. Hoje, não existe limite de prazo.
O advogado e membro fundador da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Público (Abradep) Flávio Eduardo Wanderley Britto afirmou que o prazo proposto inviabiliza o processo, e que é preciso alongar esse período.
— Temos a coleta de assinaturas, temos de ter a assinatura pelos cartórios eleitorais, depois a expedição das certidões e depois os registros nos TREs e TSE. Eu não posso ter uma amarra efetiva que impeça a criação dos partidos políticos. Que seja adotado o prazo de dois anos, prorrogável por igual período — sugeriu.
Para o ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Admar Gonzaga Neto, o prazo de dois anos seria até possível, mas ele fez uma ponderação.
— Que seja possível a validação das assinaturas digitais. Elas têm de ser acolhidas — disse.
A sugestão foi secundada pelo senador Carlos Portinho, que disse ver “uma lógica” na proposta de majoração do prazo para até quatro anos, principalmente diante da análise de projeto de emenda constitucional que pretende alterar o prazo de mandatos para cinco anos (PEC 12/2022).
— Dois mais dois são quatro, até um ano antes da eleição você sabe quem está posicionado — avaliou.
Competência da Justiça
O projeto determina que a Justiça Eleitoral passa a ser competente para conhecer e julgar as ações sobre conflitos intrapartidários — entre partido e seus filiados ou órgãos e entre órgãos do mesmo partido — ainda que esses conflitos não influenciem diretamente o processo eleitoral. Hoje, a competência é da Justiça comum, posição não abraçada pelos debatedores.
O coordenador-geral da Abradep, Sidney Neves, lembrou que o Poder Judiciário tem deliberado reiteradamente que a competência nas questões de discussão interna é da Justiça comum, o que leva a muita judicialização. Ele avaliou como positivo que o novo Código Eleitoral não deixe margem para interpretaão quanto a isso.
— Competência tem que ser estabelecida no diploma legal. Para quê nós temos uma Justiça Eleitoral? Justamente para discutir todos os temas relacionados àquilo que é político. A jurisdição especializada é a mais capaz, é a mais competente para discutir e debater questões relativas a partidos políticos e a eleições.
O senador Portinho também foi favorável à proposta de uma competência ampla da Justiça Eleitoral, que deve abarcar qualquer assunto entre filiados e partidos e eleição.
— Eu acho fundamental que esteja clara essa competência. Até porque é uma justiça especializada.
Financiamento de campanhas
Os partidos políticos contam hoje com o Fundo de Assistência Financeira aos Partidos Políticos (Fundo Partidário) e com o Fundo Especial de Financiamento de Campanha, o chamado Fundo Eleitoral. Além disso, é possível que pessoas físicas façam doações, dentro de alguns limites.
Para alguns debatedores, se faz necessário abrir novo espaço para o retorno gradativo do financiamento privado por pessoas jurídicas, com tetos previstos. Essa modalidade foi extinta em 2017 e substituída pelo Fundo Eleitoral.
— É natural que a democracia e o processo democrático precisem ser financiados. Não há forma de se fazer democracia sem dinheiro, sem recursos para campanhas. Por que não se trazer para essa discussão de retorno, de forma paulatina, criando-se um regime híbrido, para que recursos do Orçamento público sejam aplicados nas finalidades do Estado? — disse Sidney Neves.
— Gradativamente, deveríamos reconstruir esse conceito do financiamento privado, criando amarras. A consequência natural seria a redução dos fundos públicos nas campanhas, tirando essa carga do Orçamento público, porque os valores chegaram a bilhões — complementou o senador Portinho.
Prestação de contas
De acordo com a proposta da Câmara, seria considerada aprovada, com ressalvas, a prestação de contas que tivesse falhas que não superassem o valor de 20% do total recebido do Fundo Partidário no respectivo ano. Marcelo Castro propôs reduzir essa porcentagem para 10%.
Para o advogado Wanderley Britto, 20% seria o ideal, mas é possível achar um “denominador comum” entre 10% e 20%. O senador Marcelo Castro, porém, argumentou que 10% já faz parte da jurisprudência do TSE.
— Achamos que seria mais razoável, mais prudente, desde que não seja comprovada má-fé e que o partido não tenha deixado de cumprir a aplicação dos percentuais para estimulação da participação feminina na política. Achamos que seria um exagero a aprovação de contas com 20% — explicou-.
O ex-ministro Admar Gonzaga Neto pontuou também que seria importante o novo Código considerar a possibilidade de se pagar as multas com o Fundo Partidário, já que os partidos “não têm outro dinheiro” além do que recebem do Fundo.
Federação
O projeto aplica uma nova sanção ao partido que se desfiliar de uma federação partidária antes do prazo mínimo de quatro anos: a perda das inserções de propaganda partidária no semestre seguinte à ocorrência. Uma emenda do relator permite que os partidos reunidos em federação possam se desligar dela 30 dias antes do prazo de filiação partidária para a disputa de eleições gerais. Prevê também que a formação de federação de partidos somente produzirá efeitos no âmbito das Casas Legislativas na legislatura seguinte às eleições.
O senador Rogério Marinho (PL-RN) elogiou o instituto da federação, afirmando que boa parte dos partidos brasileiros são “franquias” e que essa cultura partidária precisa ser revisitada “pelo bem da democracia”. Porém, ele fez algumas ressalvas.
— Ocorre que as federações, que deveriam ser emergências, se transformaram num modo contínuo. Estamos propondo que a federação possa existir, mas que tenha um prazo: quatro anos, mais quatro anos. Tempo para que o partido possa ter uma substância. Isso dará maior salubridade, nitidez ideológica de legendas — expôs Marinho.
A advogada eleitoralista Ezikelly Silva Barros, membro da Abradep, manifestou preocupação com alguns pontos do projeto que tratam das regras para federações. Ela citou uma emenda da senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) que autoriza a dissolução da federação no caso de um dos partidos que a compõem ser incorporado por outra agremiação. Para Ezikelly, a mudança pode funcionar como um “puxadinho” para banalizar a ideia das federações.
— Não podemos perder de vista que o STF considerou a federação constitucional com algumas ressalvas. Houve um fundado receio de que se repetisse o fenômeno [das coligações]. Recomendo a rejeição dessa emenda, porque entendo que ela vai acabar desnaturalizando esse instituto que tem se revelado tão importante para a nossa democracia.
Pré-campanha e prévias
Outra inovação do projeto é tratar de regras para a atividade política durante o período estabelecido como “pré-campanha” eleitoral. O ex-ministro do TSE Admar Gonzaga Neto sinalizou que isso significa a necessidade de normas ainda mais sofisticadas.
— Estamos caminhando para o regime prévio de candidaturas, até porque a pré-campanha já é uma realidade. O jogo já começa a ser jogado na pré-campanha e muitas vezes com um financiamento considerável. É chegada a hora de se ter um pré-registro de candidaturas, que sejam avaliados a partir dos prazos de desincompatibilização — afirmou.
O advogado Carlos Enrique Caputo Bastos comentou o reconhecimetno, pelo novo Código eleitoral, da realização de prévias pelos partidos para definição dos seus candidatos. Para ele, o projeto não se compromete totalmente com esse instituto, o que o deixa prejudicado.
— É salutar que possamos ter um regime de prévias. Nós temos um modelo de democracia que se ateve muito mais ao custo das campanhas do que à possibilidade de que o eleitor venha a saber, com a devida antecedência, quem são os candidatos. Não havendo uma modificação no que diz respeito ao período de convenções partidárias, essas prévias serão praticamente letra morta. A partir das intenções que foram formuladas nas convenções partidárias, não me pareceria possível alteração dos nomes ou das listas partidárias, porque isso, obviamente, se operará em detrimento da estabilidade do processo eleitoral.
Candidaturas coletivas
Outra inovação reconhecida pelo projeto são as candidaturas coletivas, que deverão nomear um indivíduo para representá-la como candidato oficial. Caputo Bastos disse que as candidaturas coletivas já são “realidade factual” nos plaitos brasileiros, mas criticou o reconhecimento formal delas pela legislação, mesmo que mediante regras.
— O mandato coletivo tem uma natureza inequívoca de mandato imperativo: quem decide é aquela coletividade, entre aspas, detentora do mandato, e isso fere de morte, obviamente, a liberdade do parlamentar.
O senador Carlos Portinho também disse ser contra a formalização das candidaturas coletivas.
— O legislador escolheu na nossa Constituição de 1988, uma democracia partidária. Essas candidaturas coletivas são como uma federação de candidatos. Estão acima até dos partidos, porque têm um fórum próprio de deliberação. Não é questão de ser contra isso, eu só acho que não se adapta ao que o legislador escolheu, que é a democracia partidária.
Fidelidade partidária
O projeto estipulava a perda de mandato por infidelidade partidária também dos eleitos em eleição majoritária (prefeitos, governadores, senadores e presidente). O relator retirou essa previsão porque, segundo ele, o entendimento do STF e do TSE é de que a fidelidade partidária só se aplica aos cargos preenchidos pelo sistema proporcional (Câmara dos Deputados, assembleias legislativas e câmaras de vereadores). Por isso, ele propôs também uma emenda para consolidar no texto esse entendimento.
Outra emenda acrescenta, entre as justas causas para mudança de filiação partidária, a carta de anuência do presidente do diretório regional do partido, salvo se o estatuto de partido dispuser de forma diferente. Assim, se o partido ao qual o político é filiado conceder uma carta de anuência à saída dele, não haverá punição.
Para o ex-ministro Admar Gonzaga Neto, a fidelidade partidária deve-se ao eleitor, e não ao partido. Ele afirmou que a carta de anuência tem de respeitar a legislação eleitoral e deve haver possibilidade de ajuizamento de ação ao suplente.
Transparência
A diretora da Transparência Brasil, Marina Atoji, afirmou que o texto em análise no Senado traz redução da transparência e do controle social. Ela citou alguns artigos do texto em construção, como o que define que, na prestação de contas relativas à contratação de transporte aéreo fretado, não será exigida a apresentação de lista de passageiros em cada deslocamento, desde que sejam apresentados outros documentos indicadores da realização de atos de campanha nos locais de destino dos voos.
Na listagem dos dados que deverão ser analisados pela Justiça Eleitoral na escrituração contábil, há, segundo Marina Atoji, uma restrição da auditoria feita pela justiça a aspectos meramente formais. Também na caracterização dos gastos eleitorais, há dispositivos que podem favorecer a compra de votos, segundo a diretora da Transparência Brasil
— Dessa forma, fica limitada a apuração de irregularidades, justamente como sobrepreço significativo no pagamento de algum serviço, a contratação de um fornecedor sem capacidade técnica ou mesmo o pagamento por serviço não prestado. A gente recomenda que não haja a limitação tão estrita de [sobre] quais aspectos a Justiça Eleitoral pode ou deve se debruçar na hora de fazer análise das contas partidárias — explicou.
Marina ressaltou também que a dispensa de comprovação, na prestação de contas, de doações estimáveis em dinheiro (no caso de cessão de espaços físicos, por exemplo) facilitam a utilização de candidatos como “laranjas”.
— Esses gastos abrem caminho para uma candidatura driblar seus limites de gastos com outra candidatura. A sociedade brasileira demanda mais transparência, governança e responsabilidade dos partidos políticos e candidatos — alertou.

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PEC da proteção do idoso por União e estados tem terceira sessão de discussão

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que inclui a proteção ao idoso entre as competências concorrentes de União, estados e Distrito Federal passou nesta terça-feira (29) pela terceira sessão de discussão em Plenário.
Apresentada pelo senador Wellington Fagundes (PL-MT), a PEC 81/2015 permite que todos os entes federados legislem sobre o tema. O autor argumenta que, diante do envelhecimento da população brasileira, as políticas públicas para pessoas com mais de 60 anos precisam de atualização.
A proposta foi aprovada em 2019 na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), com relatório do ex-senador Lasier Martins (RS). Ele esclareceu que o texto original da Constituição já estabelece competência legislativa da União, dos estados e do DF no amparo de grupos vulneráveis, e considerou pertinente incluir na lista a proteção do idoso.
Para uma PEC ser aprovada, é preciso cinco sessões de discussão antes da votação em primeiro turno e outras três em segundo turno. O quórum para aprovação é de no mínimo três quintos da composição da Casa, ou seja, 49 senadores.

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Áudio: Sancionada lei que proíbe discriminar estudantes e pesquisadores por gravidez ou adoção

Foi sancionada pelo presidente Lula a lei (Lei 15.124/2025) que proíbe a discriminação contra estudantes e pesquisadores em razão de gravidez, parto, adoção ou guarda judicial em processos de bolsas acadêmicas. A norma sancionada na quinta-feira (24)  também impede perguntas sobre planejamento familiar em seleções e reconhece o impacto temporário da maternidade na produtividade científica, estendendo em dois anos o prazo de avaliação para mulheres que tirarem licença-maternidade. A legislação fortalece normas já adotadas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) em 2024, após denúncias de discriminação. Quem descumprir a lei poderá ser responsabilizado administrativamente.

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Áudio: Senado faz debate nesta quarta sobre adoção da vacina contra câncer no país

O Senado Federal vai debater nesta quarta-feira (30) o surgimento e o avanço das pesquisas relacionadas à vacina contra o câncer, além da possível adoção do medicamento no Brasil. Diferentemente das vacinas comuns, a vacina contra o câncer foi desenvolvida para ser um tratamento, e não a prevenção. Assim como a vacina da covid-19, a vacina contra o câncer utiliza o mRNA, mas com instruções para que as células do doente produzam proteínas mutantes que destruam as células cancerígenas. 

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Áudio: Síndrome de Angelman: mães pedem diagnóstico precoce e cuidados na vida adulta

A Comissão de Direitos Humanos (CDH) discutiu nesta segunda-feira (28), em audiência pública, a Síndrome de Angelman, doença genética rara que afeta o desenvolvimento cognitivo e motor, provocando dificuldades de equilíbrio, ausência de fala e convulsões debilitantes. Durante o debate, mães de pacientes relataram os principais obstáculos enfrentados, como o diagnóstico tardio, tratamentos inadequados e a falta de continuidade no acompanhamento ao longo da vida. Segundo elas, essas falhas comprometem significativamente a qualidade de vida de adolescentes e adultos com a síndrome. Para outras informações, acesse o site sindromedeangelman.org

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Programa de cooperativas de crédito está na pauta da CRA de quarta-feira

O projeto que aumenta o acesso a crédito, seguro agrícola e consultoria técnica para os pequenos agricultores por meio da criação do Programa Nacional de Cooperativas de Crédito e Seguros para Agricultores Familiares é um dos itens a serem votados pela Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) em reunião na quarta-feira (30), às 14h.
Autor da proposta (PL 3.684/2024), o senador Mecias de Jesus (Republicanos-RR) diz que o objetivo é proporcionar suporte econômico e estrutural às cooperativas agrícolas, além de oferecer crédito para os pequenos produtores manterem suas operações. “O Brasil tem enfrentado um período de adversidades climáticas cada vez mais intensas, impactando diretamente a produção agrícola, especialmente dos pequenos agricultores familiares”, argumenta Mecias.
Entre outros dispositivos, o texto prevê a aplicação de juros subsidiados pelo governo, com uma taxa máxima de 2% ao ano, inferior às do mercado. O prazo de pagamento seria variável, entre três e dez anos, com carência de até dois anos, dependendo do ciclo produtivo.
Em seu relatório, o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) apoia a proposição, sem alterações. Ele também citou a necessidade de um programa para enfrentar os efeitos das mudanças no clima, e avaliou que “a interação das cooperativas regionais com as especificidades de cada município é estratégica para que o crédito seja disponibilizado de maneira eficiente e adequada às necessidades locais.”
Depois da CRA, o projeto segue para a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), em caráter terminativo. Ou seja, a tramitação é finalizada se não houver recurso para que o projeto seja examinado pelo Plenário.
Cargas perigosas
A criação de normas específicas para o transporte de cargas perigosas destinadas à manutenção de atividades rurais também será analisada pela CRA.
O projeto (PL 1740/2024), apresentado pelo senador Dr. Hiran (PP-RR), atribui à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) a regulamentação do transporte próprio de produtos perigosos realizados por produtores rurais, como combustíveis para abastecimento de maquinário agrícola. A proposta busca reconhecer a realidade de muitas regiões rurais brasileiras, especialmente no Norte e Centro-Oeste, onde o acesso a transportadoras especializadas é inviável.
Segundo o senador, nas normas atuais, os trabalhadores rurais “muitas vezes sofrem o prejuízo de perderem o combustível que transportam para uso nas suas atividades produtivas por não atenderem plenamente as regras que lhes são impostas”. Para corrigir essa distorção, o projeto determina que a ANTT edite regulamento específico.
O relator, senador Jayme Campos (União-MT), retirou do texto original o limite temporário de volume previsto para transporte de cargas perigosas. Ele reformulou a redação para deixar claro que a lei trata exclusivamente do transporte “próprio”, isto é, aquele realizado com vistas à manutenção das próprias atividades, e não de terceiros.
O projeto ainda será analisado, em caráter terminativo, pela Comissão de Infraestrutura (CI).
Manta de carneiro
O projeto que confere ao município de Tauá (CE) o título de Capital Nacional da Manta de Carneiro poderá ser aprovado na CRA. O autor do projeto (PL 4798/2024), senador Eduardo Girão (Novo-CE), explica que o produto tradicional das famílias do sertão constitui um “tesouro” para a região: “Trata-se de uma herança cultural valiosa, a marca de um território, de um modo de produzir, de um povo e de suas tradições, que deve ser protegida e promovida”.
A relatora, senadora Jussara Lima (PSD-PI), emitiu voto favorável ao projeto. A decisão da CRA é terminativa, ou seja, se a proposição for aprovada sem recurso de Plenário, o texto segue para a Câmara dos Deputados.

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